O mundo violento criado por Rubem Fonseca

Ler os livros do contista brasileiro Rubem Fonseca é sempre
uma ótima experiência, mesmo se a qualidade do livro estiver um pouco aquém do
esperado.

Este autor se especializou desde os anos 1970 em adaptar o gênero
do romance e do conto policial para a realidade tropical e brasileira,
temperando as histórias de detetive com as marcas de nossa realidade, a
violência urbana, a corrupção dos poderosos, a criminalidade. Às vezes
acertando em cheio e impactando, caso de livros como “A Grande Arte”, “Feliz
Ano Novo” ou “Os Prisioneiros”.

No livro “Calibre 22” (Editora Nova Fronteira, 2017), são 31
contos deste autor de mais de 30 livros. No geral, predomina o surpreendente. O
autor, então, expõe a cru um mundo violento, mesmo sob a ótica de personagens
reais, imorais, marcados pelo preconceito, pela violência contra mulheres e
LGBTI.

São relatos sempre com o uso da primeira pessoa do singular (Eu), com
narradores desacreditados e na faixa dos 50 anos, vivendo suas paixões, obsessões
e pulsões sexuais.