Ágora destaca ataques à classe trabalhadora

Ela voltou e está
ousada. Tá petulante. Tá problematizando vários assuntos e
provocando polêmica, mas com responsabilidade. Essa é a Ágora,
edição 16, de agosto para o desgosto de quem quer retirar os
direitos da classe trabalhadora e da população brasileira. E não
tem assunto proibido em suas páginas. Trata de Papa ao mundo LGBT,
discorre sobre moradia e ocupações, golpes, democracia, sobre
mobilidade e cultura.

De cara, em sua
reportagem de capa, traz uma linha do tempo mostrando o embate entre
trabalhadores e governantes. De um lado, os punhos erguidos e a
necessidade de resistir e lutar. Do outro, os privilégios da classe
política e o uso da força para aprovar pacotaços. O texto é
assinado por Thea Tavares.

Outra reportagem
especial foi realizada por Pedro Carrano, editor dessa edição. No
texto “Flores do campo luta para permanecer”, ele conta como
brota em uma comunidade a necessidade de ocupar um terreno em nome da
moradia digna. Pedro edifica argumentos sobre como o poder público
tenta implodir sonhos da comunidade mais necessitada. O jornalista
assina também “Radar da Luta”. Na coluna, ele expõe os golpes e
contragolpes recentes na América Latina. Coincidentemente – ou não
– os ataques à democracia são sempre efetuados por liderança
radicais de direita e contra governos progressistas.

E os golpes e
ataques tem atingido justamente as chamadas minorias. É o que revela
entrevista arrasadora de Déa Rosendo com a historiadora e membra do
Conselho Nacional de Saúde, Heliana Hemetério. Na conversa, é
revelado que a saúde pública está nos cacos, alvo de diversos
disparos de um governo federal antipopular. Além disso, Heliana traz
informações de como a comunidade LGBTI enfrenta preconceito e
resistência no serviço público. Aliás, essa comunidade é tema da
coluna “Curtas”, também assinado por Déa Rosendo, que encerra
sua participação na revista discutindo a diferença entre
“ocupações” e invasões”. Ocupações essas que geraram
polêmica em Curitiba nos meses de junho e julho quando servidores
municipais tomaram posse da Câmara Municipal de Curitiba. “O choro
preso na garganta quando foi decidido pela desocupação, pois o medo
de represália da polícia era palpável”, revela Marina Alzão,
que assina a coluna “Opinião” de agosto.

Pensa que acabou?
Claro que não. Em suas colunas, Ágora discute o debate que o Papa
Francisco tem travado contra o capitalismo. A perspicaz observação
é feita pelo colunista Pedro Elói. Peguem um trechinho da
discussão: “A desigualdade passou a chamar-se mérito; miséria,
austeridade”.

Já em “Arte e
Cultura em Movimento”, Ulisses Galeto revela o caminho das pedras
para conseguir recursos em um momento em que a cultura vem sendo
duramente atacada. Um pouco antes, em “3 cliques”, Giorgia
Prates mostra a história de Dona Santina, que vive em um quilombo no
Paraná. Ágora também busca outros personagens do povo na coluna
“Mulheres”, retratando a história de Dueña Conchita, e o
emocionante discurso de Diva Guimarães sobre escravidão na FLIP, e
registrado, como cartão postal, na coluna “Comportamento”,
assinado por Manoel Ramires. O jornalista também conta, em “Nossa
Cidade”, como a Europa leva a sério a utilização de bicicletas
como meio de transporte. É para ler e sair pedalando.

Ágora é um veículo
do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), sob
coordenação de comunicação de Soraya Zgoda. Ela é diagramada
pela equipe da CTRLS, que também assina o cartoon sobre o coração
congelado do prefeito Rafael Greca. A distribuição é gratuita e
ocorre em sindicatos e movimentos sociais.