A sessão plenária da Câmara dos Vereadores de Curitiba(CMC) desta quarta-feira (28) foi suspensa por duas horas após mobilização unificada dos servidores. Poucos minutos depois da abertura dos trabalhos, na qual seriam votados segundos turnos da nova meta fiscal e da proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias 2018 (LDO), os servidores ocuparam as galerias do palácio Rio Branco. Do lado de fora, trabalhadores e trabalhadoras, impedidos de entrar no local, organizaram o funeral da retirada dos direitos o qual, com cortejo fúnebre percorreu o quarteirão do prédio da CMC. A sessão foi retomada pouco antes do meio-dia.
Para coordenadora geral, Irene Rodrigues, o ato unificado se transformou em protesto de escracho aos 27 vereadores que, na última segunda-feira(26), votaram em favor do pacotaço do prefeito Rafael Greca, um conjunto de 12 projeto que retiram direitos dos servidores e oneram o bolso dos munícipes com novos impostos. “Fizemos um enterro simbólico e colocamos para fora a nossa indignação. O prefeito perdeu apoio popular, não tem credibilidade, e os vereadores que o apoiam estão indo para o mesmo caminho. Eles(os vereadores) não ouviram as suas bases e vão pagar um preço, que será cobrado a cada dia e em cada unidade de saúde, quando tiver falta de medicamento, de profissionais; em cada cmei fechado; em cada mãe buscando uma vaga em cada morador rua buscando abrigo”, enumera a servidora com mais de 35 anos de atuação no serviço público.
A sessão foi suspensa pelo presidente da Casa, Serginho do Posto, por volta das 9h30. As diretoras do Sismuc Adriana Kalckmann (Assuntos Jurídicos) e Soraya Zgoda (Comunicação) e mais cinco representantes da base do sindicato acompanharam toda a movimentação no interior do prédio. Das galerias do plenário, os servidores que ocuparam o local jogavam notas impressas de dinheiro, um gesto simbólico aos parlamentares, segundo eles, “vendidos”. “Foram distribuídos 28 crachás para os presentes, mas após o tratoraço de segunda-feira e ontem, a Câmara foi ocupada. Apesar de todas as agressões cometidas contra os servidores para aprovarem o “planão” de Rafael Greca, estamos unidos e nós, servidores, não vamos dar sossego aos parlamentares. Vamos mostrar que estamos insatisfeitos e esperamos, assim como aconteceu com os municipais de Florianópolis, que Greca não assine o pacotaço”, pontua.
Funeral da retirada de direitos
O cortejo fúnebre organizado pelos servidores dos cinco sindicatos que representam as carreiras do serviço público municipal – Sismuc, Sismmac, Sigmuc, SindiCâmara e Sindifisc – percorreu todo o entorno do prédio da prefeitura, com palavras de ordem lembrando o descomprometimento dos vereadores para com os servidores e contribuintes de Curitiba. Na fachada do Palácio Rio Branco também foram colocados três varais com imagens dos vereadores que votaram pela aprovação de quatro projetos do chamado “Plano de Recuperação de Curitiba, proposta enviada pelo Executivo e que retira recursos públicos dos servidores e da população.
Entre esses projetos de lei está o que altera a previdência dos servidores públicos de Curitiba, que foi votado pela maioria da Câmara. No circo armado na Ópera de Arame para realizar a sessão, os vereadores deram permissão para que fosse realizada uma operação financeira que retira R$ 600 milhões do IPMC (Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Curitiba), além de aumentar a contribuição dos servidores da ativa, de 11% para 14%.
Votaram contra os servidores Beto Moraes (PSDB), Bruno Pessuti (PSD), Colpani (PSB), Cristiano Santos (PV), Dona Lourdes (PSB), Dr. Walmir (PSC), Ezequias Barros (PRP), Fabiana Rosa (PSDC), Geovane Fernandes (PTB), Hélio Wirbiski (PPS), Julieta Reis (DEM), Kátia Dittrich (SD), Maria Letícia Fagundes (PV), Maria Manfron (PP), Mauro Bobato (PODEMOS), Mauro Ignácio (PSB), Oscalino do Povo(PODEMOS), Osias Moraes (PRB), Paulo Rink (PR), Pier Petruzziello (PTB), Rogério Campos (PSC), Sabino Picolo(DEM), Serginho do Posto (PSDB), Tiago Ferro (PSDB), Tico Kuzma (PROS), Toninho da Farmácia (PDT) e Zezinho do Sabará (PDT).