Servidores do IPPUC rejeitam pacotaço de Greca

O prefeito Rafael Waldomiro Greca de Macedo se orgulha de ter feito carreira na Prefeitura de Curitiba trabalhando no IPPUC – Instituto de Pesquisa Planejamento Urbano de Curitiba. Greca chegou lá não por concurso público, mas por intermédio de indicação política em 1983. Aposentado, recebe R$ 10.315,43 de valor bruto, acumulando “gratificação de responsabilidade técnica”, equivalente a 30% de seus ganhos; “adicional por tempo de serviço”, de 25%; e uma gratificação especial. Essa trajetória de “mérito” no entanto, é questionada pelos servidores públicos do IPPUC que divulgaram carta contra o pacotaço. Para eles, o prefeito dá as costas aos trabalhadores para privilegiar cargos comissionados e terceirizados.

Na carta, os servidores admitem que diversos setores têm enfrentado a crise econômica. No entanto, questionam o modelo para tentar retomar o crescimento. Para os arquitetos e engenheiros, “esse modelo predomina no mundo inteiro e tem sido aceito de forma resignada por políticos e imprensa”.

No entanto, há outras opções para enfrentar a crise que não seja fazendo duros cortes nos serviços públicos, afinal, é impossível pensar uma cidade sem transporte, saúde, educação, planejamento urbano e outros serviços públicos. São eles que oferecem um mínimo de oportunidades, definindo o nível de qualidade de vida de uma cidade”, expõe.

Eles alertam que o pacotaço “deteriora as condições de trabalho do serviço público e abre margem para terceirizados e comissionados, desprendidos do comprometimento com a sociedade e mais suscetíveis a pressões políticas e desvios de interesse público”, pontuam.

Os servidores públicos exigem ampliação do debate e criatividade para contornar a situação. “É preciso discutir melhor quais gastos cortar e o que pode ser feito para aumentar a receita. É preciso aprimorar a arrecadação de impostos. Não se trata de criar novos impostos, mas de cobrar melhor os existentes. Existem possibilidades de cortes para corrigir distorções com as centenas de cargos comissionados com altos salários e os contratos milionários firmados pela prefeitura”, sinaliza a carta.