Procurador do Ministério Público tenta resolver impasse entre servidores e legislativo municipal

Após a suspensão na sessão plenária desta manhã que que votaria os quatros primeiros projetos de lei que integram o pacotaço do prefeito Rafael Greca, os vereadores se reúniram com representantes do Ministério Público do Paraná. Por volta das 14 horas desta terça-feira(13), o procurador-geral de Justiça do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, entrou na Câmara dos Vereadores de Curitiba (CMC) para articular uma reunião entre vereadores e servidores. O procurador afirmou que  a abertura de diálogo com os sindicatos é importante para superar a tensão e o impasse sobre a votação do pacotaço.

Além da Polícia Militar (PM), que esteve reunida com representantes do legislativo municipal no período da manhã, o Ministério Público afirma que está disposto a ajudar a encaminhar a mediação da melhor maneira. Na reunião – que também foi acompanhada pelo ex-vereador André Passos, que hoje preside a Comissão de Direito Sindical da OAB-Paraná – o presidente da CMC, Serginho do Posto, afirmou que a Câmara Municipal está paralisada desde às 9h e relatou que ocorreram diversas reuniões oficiais, mas que também há muita resistência dos trabalhadores sobre os trâmites da Casa.

Por outro lado, a vereadora Professora Josete afirmou que os projetos chegaram à CMC sem diálogo com as entidades sindicais. “A negociação deveria ter acontecido com o prefeito e foi trazida diretamente para a Câmara. Não tivemos condições de esclarecer tudo. São projetos que retiram vários direitos e prejudicam a vida dos servidores”, alarma.

Para Josete, as emendas, que são acrescentadas durante a tramitação na CMC, não mudam os projetos. E afirma que o tensionamento não é à toa, argumento compartilhado pela vereadora Noemia Rocha, que disse que toda essa confusão é reflexo da falta de concessões do prefeito e da bancada governista. “Em nenhum momento as emendas atendem as demandas dos servidores. Por isso eles pedem a retirada dos projetos”, expôs.

O vereador professor Euller, parlamentar declaradamente contrário ao pacotaço, sugeriu que o prefeito Rafael Greca retire os projetos da CMC. O parlamentar destacou que o regime de urgência assusta a todos, além de não estender o tempo para análise dos acréscimos feitos pela bancada governista.

Discursando em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras, o vereador Mestre Pop afirmou que o prefeito quer cortar apenas na carne dos trabalhadores. Na mesa de reunião, disse que a crise pode ser enfrentada cortando cargos comissionados e recursos daqueles que lucram com a cidade.

É greve e a pressão continua

Servidores de todas as categorias, ou seja, trabalhadores da base do Sismuc, Sismmac, Sinfisco, Sigmuc e SindCâmara, ocuparam a praça Eufrasio Correia. Eles continuam  pressionando os vereadores e mobilizados  para barrar a votação do pacotaço. “Os servidores aderiram à greve e várias categorias estão aqui reunidas. Agentes administrativos e de endemias, trabalhadores polivalentes, servidores dos Cmei’s, da FAS, Smelj e FCC, enfermeiros das UPA’s e equipes de enfermagem das unidades de saúde, profissionais da vigilância sanitária e do SAMU e engenheiros e arquitetos do IPPUC somaram-se na nossa mobilização e estão firmes na luta”, elenca a coordenadora de Comunicação do Sismuc, Soraya Zgoda, e acrescenta a coordenadora de Movimentos Sociais, Castorina Berquo: “Também se juntam contra o pacotaço de Rafael Greca os profissionais das secretarias de Meio ambiente, Obras públicas e de Urbanismo”.