Para prefeitura, educação infantil não merece investimentos

Nenhuma
pauta dos professores da educação infantil foi atendida na reunião de
negociação realizada nesta quinta-feira(01) entre o Sismuc e os representantes
da gestão. A prefeitura não atendeu reivindicações como a eleição para direção de
Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei’s) e a oferta de formação
continuada para professores da educação infantil, entre outros pontos que
compõem a pauta. A direção do sindicato  volta a se reunir
com a Secretaria
Municipal de Educação(SME) e outras pastas na próxima segunda feira(5), na sede da Secretaria Municipal
de Administração e Recursos Humanos (SMRH).

Na
avaliação do coordenador da Secretaria Geral, Jonathan Faria
Ramos, os avanços que os professores buscavam debater foram
substituídos por retrocessos. O descumprimento da lei  que diz respeito à hora-atividade para os professores e a negação de dispositivos
democráticos para validar a direção nos cmei’s são alguns dos exemplos. “A
prefeitura não respeita a lei que garante 33% de hora-atividade e nem o mínimo do que diz a lei
municipal 12.348, que instituiu a hora permanência. Também se negou a criar uma
consulta pública para atender à solicitação da eleição para diretores de
cmei’s, que é uma das únicas pautas que não têm dotação orçamentária e não tem
impacto na prefeitura de Curitiba. Não há interesse político pela consulta
pública e isso é um descumprimento dos Planos Municipal, Estadual e Nacional de
Educação”, argumentou Jonathan.

A reunião, segundo o coordenador de Formação e Estudos Socioeconômicos do Sismuc, Juliano Soares, também foi marcada pela postura pouco democrática adotada pelos representantes da
gestão do prefeito Rafael Greca. Para ele, a mesa de negociação é um reflexo
da forma desrespeitosa do tratamento que o prefeito Greca vem dispensando aos
servidores.

“Os
gestores refletem a identidade do Executivo, que tem sido truculento e
autoritário com o funcionalismo público. A gestão nos entregou no início da
reunião a resposta por escrito e sem avançar uma vírgula do que estava no
papel. Houve o encontro, apresentamos as nossas pautas, comprovamos as nossas
reivindicações com argumentos técnicos, estudos e relatórios para
explicar a necessidade de mudanças na gestão em ofertar melhores condições de trabalho,
no entanto, a prefeitura divulgou que tem se reunido com os servidores a cada 2,7 dias,
mas isso não é negociação. Não queremos apenas ser recebidos. Queremos que
nossas reivindicações sejam atendidas”, pontuou.

Descumprimento do dimensionamento 

Em relação à falta de profissionais para cumprir o dimensionamento professor/aluno, a prefeitura alegou que fará o chamamento de apenas 130 professores da educação infantil para repor servidores aposentados e exonerações. “Este número é insuficiente visto que temos uma defasagem de, no mínimo, 700 profissionais para atender as unidades em funcionamento. Além disso, temos 12 novos cmei’s prontos para atender aproximadamente 2 mil crianças e que estão fechados por falta de profissionais”, expôs a coordenadora de Juventude do Sismuc, Taise Santana.

A direção
do Sismuc e os representantes da gestão darão prosseguimento à pauta na próxima segunda feira(5).
O objetivo é avançar nas discussões e apresentar para a gestão que todas as reivindicações podem ser atendidas, 
mesmo aqueles que dependem de dotação orçamentária. “Não concordamos,
por exemplo, com a substituição de profissionais por estagiários dentro das unidades educacionais para atender crianças com necessidades 
especiais, mas sim por profissionais concursados e é isso que precisamos continuar debatendo”, destacou e finalizou Jonathan.