Fruet critica pacotaço de Greca

O ex-prefeito de Curitiba de Curitiba, Gustavo Fruet, tem utilizado suas redes sociais para fazer um balanço da situação econômica do município. Durante a eleição, em 2016, ele sempre apontou que a próxima gestão enfrentaria grandes problemas devido ao cenário de crise em todo o Brasil. A cautela não era seguida pelo então candidato Rafael Greca que, com o bordão “deixa que eu faço”, prometia resolver os problemas da cidade e voltar a fazer investimentos.

Nesse balanço que é feito por Fruet, o capítulo de hoje (01) aborda o chamado “Plano de Recuperação” de Greca. Ou Pacote de Maldades, de acordo com os sindicatos. Para o ex-prefeito, as medidas em debate na Câmara Municipal de Curitiba “visam apenas gerar recursos para a administração atual atender seu programa de gestão. O conjunto de medidas proposto pelo prefeito não defende os interesses da cidade a médio e longo prazo. Estão seguindo a mesma lógica de gestões anteriores, que só se preocuparam com a própria sobrevivência”, avalia.

Fruet aponta que o problema financeiro que a cidade atravessa não é responsabilidade dos servidores públicos municipais, como tenta fazer crer Rafael Greca. De acordo com o ex-prefeito, a solução passa por um novo marco federativo que possa devolver a sustentabilidade econômica dos municípios. “A retomada sustentada do crescimento econômico do país e a redefinição do pacto federativo podem criar as condições necessárias para a recuperação das finanças públicas”, sinaliza.

Avaliação semelhante foi feita pela vereadora professora Josete (PT) durante audiência na Câmara Municipal com o secretário de finanças Vitor Puppi. Para a vereadora, Greca quer colocar na conta do serviço público e da população a responsabilidade pelo ajustes fiscal. “Parece-me que o poder público não tem uma política fiscal eficiente. E se a prefeitura quer oferecer serviços públicos eficientes é necessário buscar eficiência na arrecadação para poder suprir e não cortar do servidor público”, direciona Josete.

Em sua postagem noFacebook, Gustavo Fruet argumenta que “aumentar ITBI dos imóveis do contribuinte de renda média, aumentar a taxa de lixo, criar um CADIN local, forçar a cobrança de ISS via Nota Curitibana só deixarão a população mais revoltada com as autoridades locais, inclusive com a Câmara Municipal”.

Servidores municipais

Durante a prestação de contas do primeiro quadrimestre de 2017, o secretário Vitor Puppi admitiu que não tem feito os repasses para o Instituto de Previdência Municipal de Curitiba (IPMC). O calote, somado a tentativa de saque do fundo pode promover um rombo de R$ 1,3 bilhão no caixa dos servidores. “A dívida com o IPMC hoje é muito cara. Parcelamos mais de R$ 500 milhões em 60 vezes, disse o secretário, ao explicar que o valor atual é de R$ 780 milhões.”, de acordo com a Câmara Municipal de Curitiba.

Fruet também discorda da penalização dos servidores. Para ele, o objetivo é utilizar recursos já destinados para honrar promessas de campanha. “Adiar o reajuste dos servidores e implementar uma reforma da Previdência liberal – retirando recursos do sistema previdenciário atual e criar um novo serviço social autônomo de direito privado para gerir a Previdência – não parece ser o caminho adequado”, conclui.