A pauta específica 2017 dos trabalhadores da Fundação de Ação Social(FAS) foi debatida em mesa de negociação ocorrida no dia 29 de maio, no edifício Delta. No entanto, mesmo munidos com estudos sobre os equipamentos da FAS dos últimos seis meses, sobretudo de casos de violência, a gestão ignorou estes assuntos e as demais reivindicações que compõem os 14 itens da pauta destes servidores.
Segundo a coordenadora de Finanças do Sismuc, Rosimeire Barbieri, a prefeitura cria impasses para não atender a pauta dos servidores. Nem todas as reivindicações têm caráter financeiro ou necessita de recursos. No entanto, os gestores se negam a debater pautas que seriam atendidas se houvesse vontade política. “Ficamos sempre buscando entender porque eles procuram tantos motivos para impedir melhorias no serviço público, porque nos dizem que o problema quando não é político, é financeiro ou social, entre outras desculpas. Que gestão é essa que se nega a melhorar o atendimento da população e precariza o serviço público?”, questionou Rosimeire.
Rosimeire ressalta ainda que os servidores questionam as condições precárias de trabalho e a falta de abertura de concursos públicos, pois verifica-se uma atuação direta da gestão sobre as casas de acolhimento, sem, contudo, realizar concursos públicos para atender as demandas. Para além disso, as contradições presentes na sociedade, como o aumento da violência, refletem no ambiente de trabalho dos que atuam nos Centro de Referência de Assistência Social(CRAS’s), em casas de acolhimento (abrigos), Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) e demais equipamentos.
A indignação dos trabalhadores está relacionada com a preservação da própria vida, uma vez que a gestão não está investindo em segurança, deixando diferentes equipamentos ligados à FAS desprotegidos. “Há uma complexidade no trabalho executado pelos servidores da FAS. São eles que atendem as prioridades, que correm risco todo dia. Entretanto, há falta da guarda municipal nesses equipamentos. Há uma irresponsabilidade da prefeitura em relação à segurança. Há relatos da falta de efetivo em vários locais, o que compromete a segurança e a vida dos servidores e usuários ”, apontou.
Violência e proteção da vítima
O Sismuc também questionou a gestão sobre a agressão de um servidor na Regional Matriz e indagou quais medidas que foram tomadas. A administração informou que foi aberto um processo administrativo para o apurar o caso, que foi preservada a integridade física do servidor vítima de violência e que a regional matriz está acompanhando o caso.
Pautas importantes, necessárias e urgentes
A pauta 2017 dos trabalhadores da FAS inclui 14 itens, com demandas de ordem política, financeira e, entre outros, com investimentos em formação continuada e melhorias nas condições de trabalho. “A redução de jornada de trabalho para 30 horas semanais, a realização de concursos, a criação de mecanismos para coibir a prática de assédio moral no ambiente de trabalho e de política de saúde do trabalhador do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) , a capacitação e formação continuada, e , por fim, a mesa permanente de negociação do SUAS, conforme conferência Municipal de Assistência Municipal, bem como o plano de carreira do SUAS e o cumprimento integral do Norma Operacional Básica de Recursos Humanos para o SUAS(NOB-RH/SUAS), são pautas importantes, necessárias e urgentes”, enumera Rosimeire.