O acampamento dos servidores públicos municipais de Curitiba completou quatro dias neste sábado, 20 de maio, na Praça Eufrásio Correa, ao lado da Câmara de Vereadores. Em meio a ameaças da Prefeitura de removê-los administrativamente, a promessa dos manifestantes é de permanecerem acampados até que sejam retirados da pauta de tramitação doze projetos de lei que prejudicam o funcionalismo e a população.
Se aprovadas, as leis congelam salários e retiram R$ 600 milhões do fundo de previdência pública dos servidores, manobra semelhante feita pela Assembleia Legislativa do Paraná, a pedido de Beto Richa, que originou a greve dos educadores e demais servidores públicos estaduais em 2015, no fatídico massacre de 29 de abril.
De acordo com Soraya Zgoda, coordenadora de comunicação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), que permanecia no local na tarde deste sábado, o acampamento é uma tentativa de chamar a atenção da população contra o que eles estão chamando de “Pacote de Maldades de Rafael Greca”.
Acampamento – Desde a última terça-feira, os servidores se revesam em duas estruturas ao lado da Câmara Municipal, uma é utilizada para dormitório, com barracas, e a outra para os debates de formação. O local está decorado com diversas camisetas de luta que o Sindicato organizou nos últimos anos. Do lado de fora, motes em bandeiras chamam a atenção para outras demandas e apoio, como uma crítica ao sistema financeiro com a chamada “bolsa banqueiro”.
De perto, os servidores acompanham a tramitação do “pacote de maldades de dentro da Câmara quando estão na pauta de debates pelos vereadores. A retomada dos projetos está prevista para a próxima segunda-feira (22).
O Sismuc foi notificado na última sexta (19) por fiscais da Secretaria Municipal de Urbanismo para retirar as barracas, sob a justificativa de falta de licença específica para permanecer no local, mas ainda não houve uma ação efetiva de despejo. Durante a noite, os servidores promoveram uma Roda de Debates sobre os projetos de lei.