O Brasil viveu uma semana muito intensa. Nesses últimos sete dias ficaram ainda mais separados os posicionamentos políticos e os efeitos do golpe no Brasil. De índios a sindicalistas, foi uma semana de agressões contra trabalhadores e movimentos sociais que foram às ruas protestar. A violência começou pelo regime de urgência na votação da reforma trabalhista. É um desses abusos que não “fere” ninguém fisicamente, mas que resulta em ferimentos nos direitos. Tanto o regime de urgência imposto por Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, bem como a sua segunda votação no dia seguinte, após perder a primeira disputa, revelam o caráter autoritário revestido de legalidade que o Brasil assumiu.
Sobram poucos índios
Nessa semana, ou semana passada, como queiram, o “start” da violência foi dada pela Polícia de Brasília, que disparou balas de borracha e bombas contra índios que buscavam a demarcação de terras. Índios esses que não foram recebidos pelo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, enquanto o mesmo dialogava com ruralistas. Aliás, esse é apenas um dos conflitos que envolver terras no país. Logo após a greve do dia 28 de abril e os atos do 1º de Maio, índios foram atacados e mutilados no Maranhão por capangas de fazendeiros diante da omissão da Polícia Militar e do governo comunista Flávio Dino, de quem deveria se esperar a o combate a criminalização dos indígenas.
Corruptos nos agridem
Para além dos índios, o que se viu também foi a tentativa de criminalização e agressões contra trabalhadores e movimentos sociais nessa última semana. Independente do local, se percebe que as esferas estaduais ou federal, os mandantes das agressões são políticos investigados em corrupção. Eles são ligados a partidos que coordenaram as ações como PSDB e PMDB.
São Paulo, berço da intolerância
Em São Paulo, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) reprimiu as manifestações sempre sob o argumento de garantir o direito de ir e vir, se sobrepondo sobre o direito de livre manifestação. É nesse estado que se contabiliza três presos políticos, como denuncia o MTST. A juíza Marcela Filus Coelho (que participou dos atos da direita para derrubar a ex-presidente Dilma Rousseff) rejeitou o pedido dos advogados do MTST “em nome da ordem pública” e manteve presos arbitrariamente os ativistas Juraci Alves dos Santos, Luciano Antonio Firmino e Ricardo Rodrigues dos Santos. Não há nenhuma prova a não ser o relato dos policiais militares. É escandaloso! São os presos políticos da Greve”, expõe o MTST.
Ainda nesse estado, mas em Santos, policiais militares fizeram uma emboscada e agrediram dirigentes do Sindiport durante as manifestações do dia 28 de abril. A violência, com cassetadas, ocorre à luz do dia e sem os sindicalistas oferecerem resistência. Fica evidente a tentativa de criminalização dos protestos.
Pezão manda bomba
O mesmo ocorreu no Rio de Janeiro do investigado Luiz Pezão (PMDB), onde atos contra as reformas da previdência foram reprimidos com violência. Na Cinelândia, um vídeo mostra o fim da manifestação sendo atacado com bombas pela PM. Enquanto do palco se diz que o ato terminou, uma bomba é vista vindo na direção do cinegrafista. A ação demonstra uma postura de raiva contra aqueles que também lutam pela aposentadoria de seus agressores.
Por Matheus
Mas nenhum caso se compara com a agressão sofrida pelo jovem Matheus, que levou uma paulada de um policial e pode vir a falecer. O rapaz apanhou tanto das forças do estado como de parte da “opinião pública” que tenta a todo custo manter seus privilégios e criminalizar aqueles que lutam contra o governo de Michel Temer. Um desses representantes é o senador José Medeiros (PSD-MT). Ele tentou classificar o jovem de baderneiro e como se merecesse apanhar. De cidadãos raivosos, não se espera coerência e bom senso, mas deu um senador da República, a atividade demonstra que a repressão deve continuar com a benção dos governantes de plantão.
Rosas ao chão
O que esperar de um cidadão que recebe rosas e as atira ao chão? Foi isso que o prefeito João Dória fez ao saber que as pétalas eram de luto pela morte de ciclistas.
Por Manoel Ramires
Pinga-Fogo, Terra Sem Males