Greca quer submeter Plano de Carreira ao ajuste fiscal

Depois de uma paralisação, na parte da manhã, com a presença de milhares de servidores, no início da tarde as comissões de negociação de Sismuc e Sismmac aguardaram reunião agendada com a Prefeitura. E não conversaram nem com o prefeito Rafael Greca, nem os secretários de governo ou finanças.

Quatro representantes de cada sindicato foram recebidos apenas pelo secretário de Recursos Humanos, Carlos Cesar Calderon. E os representantes sindicais ficaram indignados com o retorno da Prefeitura em mesa de negociação.

De acordo com a proposta da gestão, os sindicatos deveriam formar uma comissão para o dissídio – algo que de acordo com as entidades já foi feito e comunicado à gestão por ofício, há duas semanas.

“O prefeito não está priorizando os servidores”, critica Adriana Kalckmann, coordenadora do Sismuc, e acrescenta: “compromissos da gestão anterior foram descumpridos. Há mais de um mês essa agenda vem sendo jogada para a frente”, reclama, acrescentando que as assembleias de servidores municipais e professores aconteceram ainda na semana passada. 

Nada com coisa nenhuma

A outra questão, relativa ao Plano de Carreira de trabalhadores da Educação, aprovado em 2014, com implantação total em dezembro de 2016, depende da proposta de Greca sobre o ajuste fiscal. Os servidores divergem e querem a aplicação da lei.

“Lei não se negocia, se cumpre. Dizer que vai criar uma comissão é uma afronta. Cumprir a lei é a aplicação do crescimento vertical em fevereiro e a aplicação final do Plano de Carreira da educação é obrigação. O ajuste fiscal é mais importante que uma legislação?” critica Irene Rodrigues, coordenadora-geral do Sismuc.

Para os servidores não há como receber apenas a mensagem de formar comissão e os resultados do anúncio do pacote de ajuste fiscal. “São duas não respostas”, resume o diretor do Sismmac, Rafael Furtado.

Os servidores públicos municipais que, hoje pela manhã, foram à luta, fecharam seus locais de trabalho e se deslocaram ao centro, mesmo sem transporte público, agora se mobilizam no dia 31 de março, realizando paralisação de 50 minutos em cada local de trabalho.

No fundo, a reunião de hoje apenas confirmou o sentido da paralisação do dia 31. O movimento cresce e não para.

Ao final da reunião, a gestão assinou pedido de ofício aos sindicatos.

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