Nem aí para a lei

Nunca antes na história do Brasil foi tão transparente que a lei é para poucos e que está mais a serviço de manter a injustiças do que corrigi-las. A máxima “decisão judicial não se discute, se cumpre” não passa mais do que piada de boteco desde que Renan Calheiros (PMDB) decidiu não cumprir o afastamento do STF e ganhou o “braço de ferro”. Depois dele, Geraldo Alckmin (PSDB), grão tucano se negou a ser intimado após a justiça decidir cancelar o reajuste metropolitano em ação popular solicitada pelo PT. Agora, é a vez de Rafael Greca (PMN), prefeito de Curitiba, decidir dar de ombros para uma decisão do Tribunal de Contas. Ele se negou a cumprir decisão determinando a redução da passagem aumentada em 15%, por decreto, e sem a devida transparência, para fazer caixa para URBS. Tudo absolutamente normal em um país cujas conduções coercitivas e investigações são seletivas e a democracia sofreu golpe parlamentar.

Custa o que não se vê
Cada dia fica mais claro para todo mundo que o aumento da passagem em Curitiba com quase um mês de antecedência ocorreu para fazer caixa para a URBS. A decisão do conselheiro Ivan Bonilha, de que Greca deve apresentar as planilhas, reforça o quanto é obscuro o preço da passagem em Curitiba. O mesmo ponto de vista foi apresentado pelo deputado Tadeu Veneri, que pediu a suspensão do aumento, mas teve pedido negado pela Vara da Fazenda Pública de Curitiba: “A diferença entre o valor cobrado R$4,25 e a tarifa técnica R$3,6653, representa R$0,5847 (cinquenta e oito centavos e quarenta e sete milésimos), por passageiro, o que representa R$432.678 (quatrocentos e trinta e dois mil, seiscentos e setenta e oito centavos) por dia”.

Pego no flash
Aliás, não são apenas os custos do transporte de Curitiba que não são claros. Também é obscura a relação da nova gestão de Curitiba com as empresas de ônibus. Após o Ministério Público, estranhamente, arquivar a investigação sobre irregularidades, o prefeito da cidade, Rafael Greca, foi flagrado em jantar com Donato Gulin, considerado dono de 70% da frota de Curitiba. O furo do colunista Celso Nascimento é digno de deixar todo mundo com a pulga atrás da orelha. Quais interesses Greca realmente representa: da população, dos empresários ou as próprias?

Pego no barco
Ainda pega muito mal a história do ministro da Justiça licenciado, Alexandre Moraes, em meio a crise de segurança no Brasil, de ter se encontrado com senadores em um barco, em Brasília, para combinar perguntas da sabatina. A cada dia que passa naufraga mais a lisura do processo e do careca, sendo pego agora em fantástica conclusão de doutorado e pósdoutorado em apenas quatro anos e, supostamente, pulando o mestrado.

Pegada a jato

A antecipação do presidente não eleito Michel Temer sobre afastamento de ministros denunciados na Lava Jato só revela a bomba que irá explodir.

Corrupção intelectual
… Dessa imprensa que tapa o sol com a peneira com a crise existente no Brasil.