Mulheres debatem políticas públicas de gênero e organizam 8 de março ‘latino-americano” em Curitiba

Reunidas nesta
terça-feira (24) na sede do Sismuc, feministas de representantes de diversas
entidades de mulheres debateram os preparativos para a organização do ato
público alusivo ao dia 8 de Março – Dia Internacional das Mulheres, que
tradicionalmente acontece nas ruas de Curitiba. A proposta deste ano é aderir
ao protesto “Ni Una a Menos” – em português “Nem Uma a Menos” -, que
é voltado para a defesa de todas as mulheres vítimas de violência e já ocorreu
em outras cidades brasileiras, da América Latina e Europa. A atividade também
abordou os resultados da reunião ocorrida no último dia 18 entre representantes
dos movimentos de mulheres e a prefeitura municipal de Curitiba sobre o destino
da Secretaria Municipal das Mulheres e de outras políticas públicas de gênero. 


As políticas públicas para as mulheres foram o primeiro tema debatido na
noite de terça-feira. Representantes dos movimentos sociais de mulheres que
participaram da audiência com a Prefeitura de Curitiba sobre a manutenção da
Secretaria da Mulher relataram os principais pontos do diálogo com a nova
gestão. Segundo explicaram, o secretário de governo, Luiz Fernando Jamur,
recebeu as representantes de 23 entidades dos movimentos
feministas, coletivos e organizações de mulheres de Curitiba, mas ainda não deu
uma resposta oficial sobre o destino da pasta.

A defesa das ativistas – que também entregaram um manifesto com
várias reivindicações e em defesa da garantia de políticas públicas municipais
para as mulheres – é que seja criada uma secretaria permanente e
com dotação orçamentária própria. Mas o secretário sinalizou que a pasta
provavelmente seria abrigada na Fundação de Ação Social(FAS), entidade
responsável pela gestão da política municipal de assistência social em
Curitiba.

Para a coordenadora do coletivo de mulheres do Sismuc, Maria Aparecida Martins Santos,
as mulheres conquistaram um espaço muito importante e que era responsável pela
condução de políticas públicas de gênero no município. Segundo ela, reduzir a
secretaria ou até mesmo excluí-la, é anular todo um trabalho realizado com
muita responsabilidade em relação ao enfrentamento da violência contra as mulheres. 

“Como foi relatado, a gestão do novo prefeito começou com várias cobranças da
sociedade. Há reclamações de entidades e pessoas ligadas à área da cultura, à
população em situação de rua, aos bares e locais de entretenimento e até
mesmo dos feirantes. As reivindicações das mulheres também fazem parte delas e
são justas. O prefeito deve uma resposta às mulheres, pois sabemos que Curitiba
é uma cidade desenvolvida, mas que também é um dos municípios que
contribui para colocar o estado do Paraná em 5º lugar em violência
contra a mulher, conforme foi registrado no Atlas da Violência 2016, publicado
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)”, destacou Maria.

Ni Una a Menos” no dia 8 de Março – As mulheres de Curitiba
também estão organizando o ato público do Dia Internacional das Mulheres, que
será realizado no dia 08 de março em pontos estratégicos da capital paranaense.
A proposta que está posta em debate é a da realização de um ato público
unificado com os protestos latino-americanos chamado “Ni Una a Menos”, que em
português significa “Nem Uma a Menos”. Trata-se de um grito coletivo contra
a violência de gênero e contra o feminicídio. O Ni Una a Menos, que cada vez
mais vem se transformando em atos transnacionais de protestos em vários países, surgiu
na Argentina – país onde uma mulher é assassinada a cada 30 horas. A
proposta inicial foi convocar a sociedade a refletir, se posicionar e denunciar
crimes provocados pelos reflexos da cultura machista e patriarcal.

A próxima reunião para a organização está agendada para o dia 07 de fevereiro.
Na ocasião, serão definidos os grupos de trabalho, o trajeto pelas ruas das
cidade e as performances temáticas em Previdência e Trabalho; Educação;
Violência contra as Mulheres; Mulheres Negras e Indígenas; Estado laico e
direitos sexuais e reprodutivos; Mulheres LBTI (lésbicas, bissexuais,
transexuais/travestis e intersex) e Políticas Públicas para Mulheres.

A reunião contou com a participação do Coletivos de Mulheres do Sismuc,
Marcha Mundial das Mulheres(MMM), Secretaria de Mulheres da CUT, União
Brasileira de Mulheres(UBM) Marcha das Vadias de Curitiba, Coletivo MAIS,
Coletivo Alzira, Gulabi Antifa, PP das Bancárias, FETEC, Promotoras Legais
Populares (PLPs), Coletiva Tuíra, Sindicato das Secretárias e Secretários do
Estado do Paraná(Sinsepar), Sindicato dos Servidores Públicos Mun. de São José
dos Pinhais ( Sinsep), Rede Mulheres Negras do Paraná(RMN-PR), entre outros.

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