“Numa negociação muito delicada, não se deve apresentar de
uma só vez as condições ou exigências estabelecidas por cada parte”.
A frase acima foi dita por Tancredo Neves, um dos mais
habilidosos políticos brasileiros, que faleceu em abril de 1985 um pouco antes
de assumir a Presidência da República após o término da Ditadura Militar.
Mineiro, Tancredo também é responsável pela frase “canalhas, canalhas, canalhas”,
se referindo aos militares quando o presidente do Senado, Auro Moura Andrade,
anunciou a um tumultuado Congresso Nacional, na madrugada do dia 2 de abril de
1964, que João Goulart não era mais o presidente do Brasil. A sentença dava
início a um conturbado período que se iniciava no Brasil com a perda de
liberdade e perseguição de sindicatos e lideranças em favor da democracia.
A partir de 2016, o clima de incertezas é retomado no país
com o impeachment de Dilma Roussef. Em 2017, é em meio à crise política,
econômica, social e do judiciário que os municipais terão que negociar seu
reajuste salarial e melhorias na carreira e nas condições de trabalho. Do outro
lado, no entanto, o discurso dos gestores do momento é de austeridade e ajuste
somente com o serviço público, sem discutir as contrapartidas do setor
financeiro ou sonegações de impostos.
É nesse cenário que o Sismuc promove nos dias 11 E 18 de
fevereiro o “Curso de formação para mesa de negociação”. Os encontros acontecem
das 09h00 às 17 horas. O debate ocorre com Guilherme Gonçalves, doutor em
sociologia do trabalho, que foi jornalista sindical e presidente do Sindicato
dos Jornalistas do PR. Atualmente ele é coordenador do curso de jornalismo da
Uninter. Guilherme também é autor do livro “A representação sindical da
CUT nos governos Lula”.
A atividade ocorre dentro da campanha de lutas “Sou Mais
Municipais” e é preparativo para as mesas de negociação com a gestão de Rafael
Greca (PMN). O curso é voltado para os eleitos pela base para fazer a
representação dos municipais nos debates da pauta geral e específicas.