Valor da cesta básica aumenta em todas as capitais em 2016

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(DIEESE) detectou elevação na cesta
básica no fim de 2016. O aumento ocorreu em 27 capitais. As maiores altas foram
registradas em Rio Branco (23,63%), Maceió (20,69%) e Belém (16,70%). As menores
variações ocorreram em Recife (4,23%), Curitiba (4,61%), São Paulo (4,96%) e
Campo Grande (5,04%).

Com base na cesta mais cara, que, em dezembro, foi a de
Porto Alegre (R$ 459,02), e levando em consideração a determinação
constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para
suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação,
moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência,
o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em dezembro
de 2016, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro
pessoas deveria equivaler a R$ 3.856,23.

Curitiba, atualmente, ocupa a nona posição entre as capitais
com cesta básica mais cara. Na capital paranaense, o custo é de R$ 409,86. Levando
em consideração o salário mínimo no final de 2016 (não havia sido sancionado o
reajuste), isso representa 102h28min de tempo de trabalho. É um aumento, se for
levado em consideração que em dezembro de 2016 era necessário 98h59min para
adquirir produtos da cesta básica.

Itens de primeiro consumo dos brasileiros, o feijão, o café
e o leite integral registraram aumentos. De acordo com o Dieese, “os aumentos
do feijão preto variaram entre 72,97%, em Florianópolis, e 85,00%, em Vitória”.
Quanto ao leite, o Dieese aponta a entressafra com determinante de sua alta: “A
entressafra do leite acontece no segundo trimestre, porém, em 2016, o preço permaneceu
em alta na maior parte dos meses, devido aos aumentos nos custos de produção e
à oferta reduzida do leite”, relata a nota. Com relação ao café, seu preço não
parou de subir em 2016. “Clima seco, valorização do dólar diante do real e
redução da oferta elevaram o preço do produto, principalmente a partir da
metade de 2016”, explica a nota técnica.