No apagar das luzes da administração de Gustavo Fruet na Prefeitura de Curitiba, os servidores municipais foram surpreendidos nesse período de recesso com o atraso no pagamento do terço de férias que deveria ter sido creditado na conta deles junto com o pagamento do salário de dezembro nesta quinta-feira (29). A denúncia é do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (SISMUC), que estima inicialmente que mais de 20 mil servidores tenham sido prejudicados diretamente com esse calote.
“Não tem como saber exatamente o tamanho do prejuízo porque até o meio da tarde a Prefeitura não havia liberado a consulta aos contracheques dos servidores, o que acontece sempre em torno de dez dias antes do pagamento”, informa a coordenadora de movimentos sociais do Sindicato, Casturina da Silva Berquó. “Muitas categorias perceberam diferenças nos salários pagos com relação aos meses anteriores e há insegurança inclusive com relação ao pagamento não só do terço de férias, mas também de horas extras, quinquênio, difícil provimento e enquadramento dos professores da educação infantil”, completa a coordenadora de juventude do Sismuc, Juliana Mildemberg.
Enquanto os servidores se concentravam para o protesto, a secretária de Finanças do Município, Eleonora Fruet, parou para conversar com o grupo a caminho do prédio da Prefeitura. Informalmente, ela prometeu que o pagamento das férias seria efetuado nesta sexta-feira (30), em folha suplementar, apesar do feriado bancário. “Eu garanto a vocês que a gente já pagou tudo e que amanhã entra o pagamento das férias”, disse a secretária. Mas questionada por servidores sobre o enquadramento dos professores da educação infantil, dos docentes do Magistério e também sobre a liberação do contracheque, a secretária remeteu o enquadramento a uma negociação posterior com a nova administração e menosprezou a divulgação do contracheque. “O que vocês preferem? O pagamento das férias ou o contracheque?”, questionou Eleonora Fruet.
“Segunda-feira (dia 2) estaremos de volta aqui para conversar com o novo prefeito, Rafael Greca, e reivindicar uma audiência a fim de esclarecer o tamanho do calote deixado pela gestão de Gustavo Fruet. Foi uma gestão marcada pela insegurança e insatisfação dos servidores do início ao fim”, acrescentou a coordenadora do Jurídico do Sismuc, Adriana Cláudia Kalckmann.
A insegurança não para por aí. A professora de educação infantil do Município, Alessandra Oliveira, destaca ainda as perdas decorrentes do atraso da 4ª etapa do Plano de Carreira desses profissionais. Diferenças essas que, não pagas, resultam em perdas reais à categoria. “Muitas pessoas têm direito a receber até 25% de aumento na mudança da referência. Atrasando esse pagamento do plano de carreira, a Prefeitura impõe perdas reais aos 4.800 professores da educação infantil e também ao Magistério Municipal porque até as férias atrasadas já deveriam vir calculadas com base nessas diferenças do plano de carreira”, explica Alessandra.
Rombo no IPMC – O Sismuc denunciou no início do mês de dezembro que a dívida da Prefeitura Municipal com o Instituto de Previdência do Município de Curitiba (IPMC) já passa dos 90 milhões de reais. “Estamos apreensivos com toda essa situação. Desde a questão salarial, bem como em relação aos compromissos com o do fundo de Previdência e já se tem em vista uma PEC do governo federal que limita os gastos públicos e isso vai afetar diretamente a vida dos servidores de um modo geral”, concluiu Adriana Kalckmann.
Fruet não paga terço de férias dos servidores
Os servidores municipais que entram em férias neste momento vão ficar sem o terço de férias. Hoje (29 de
dezembro), a gestão Gustavo Fruet, ao publicar ao folha salarial dos trabalhadores, não honrou o compromisso salarial.