Fruet não recebe movimento por moradia e municipais

O Prefeito de Curitiba Gustavo Fruet não recebeu o Movimento
dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) nem o Sismuc para discutir três decretos
assinados pela vice-prefeita Mirian Gonçalves e barrados pelo secretário de
governo, Ricardo Mac Donald. Ele alegou problema de agenda, uma vez que
participava da inauguração de obras públicas. O protesto, que marchou da Praça
19 de dezembro até a Prefeitura de Curitiba, cobra uma audiência com o Fruet
para que possa discutir os textos.

 

A manifestação solicita a publicação de três decretos
assinados pela vice-prefeita Mirian Gonçalves em 29 de novembro quando era prefeita
em exercício. Em um texto, é tornado de utilidade pública uma área na CIC com
mais de 210 mil metros quadrados. O objetivo é regularizar moradia para mais de
1,3 mil famílias que vivem no local. Outro decreto abona faltas de servidores da
saúde, educação e guarda municipal que realizaram greves e paralisações. O
último documento trata de uma homenagem ao advogado e ex-deputado federal
Edésio Passos, falecido em agosto de 2016. Os decretos não foram publicados em
um ato de insubordinação do secretário de governo, Ricardo Mac Donald. Isso
levou a vice-prefeita Mirian Gonçalves a acionar o Ministério Público do
Paraná, cogitando improbidade administrativa.

No ato pacífico realizado neste dia 15, os manifestantes
questionavam a demora do prefeito Gustavo Fruet em decidir sobre o assunto.
Além de não publicar os decretos, ele não recebe nem o movimento, nem o
sindicato. Para Paulo Bearzoti, coordenador do MTST, é obrigação a publicação dos
decretos. “Nós estamos fazendo o ato #PublicaFruet para que ele torne de
utilidade pública a área que fica a ocupação Nova Primavera, 29 de março,
Tiradentes e Dona Cida. Esses locais não tem liminar de reintegração de posse.
Esse decreto, portanto, dá estabilidade as ocupações”, destaca Bearzoti.

O Sismuc se soma ao ato por causa de um decreto que abona
faltas das greves da educação, saúde e guardas municipais. Na educação, os
municipais reivindicavam melhorias na carreira para atender as crianças. A
greve, de quatro dias, culminou em uma lei que reformulou o plano de carreira.
No entanto, Fruet se negou por dois anos a negociar a paralisação. Já na saúde,
a paralisação foi motivada por causa de um decreto no fim de 2014 que promovia
calote no pagamento de horas extras e outras remunerações. A guarda municipal
também fez paralisação de um dia reivindicando direitos. Para a coordenadora de
movimentos sociais do Sismuc, Casturina Berquó, Fruet tem uma dívida com seus
trabalhadores. “Nós queremos a publicação dos decretos e o cancelamento das
faltas, pois isso prejudica o crescimento dos servidores”, aponta.

Apoio cultura

A manifestação também contou com apoio de setores da
cultura. No começo do mês, o prefeito publicou edital cancelando edital de
cultura para 2017 no valor de R$ 2 milhões. A Prefeitura de Curitiba investe
menos de 1% de seu orçamento em cultura. O Edital Livre era a única verba
oriunda do Fundo Municipal de Cultura em 2016.

Esses locais não tem liminar de reintegração de posse. Esse decreto, portanto, dá estabilidade as ocupações

Mirian Gonçalves aciona secretário Mac Donald no MP

“Sou diferente de Fruet”, destaca Mirian Gonçalves