Com o poema de “Mãos Dadas”* e com espírito de união, foi
iniciado o XI Congresso do Sismuc, em Praia de Leste (PR), com a
presença de mais de 400 delegados.
Durante três dias, de hoje ao dia 14, os servidores
municipais de Curitiba devem definir a estratégia e os rumos de suas lutas.
O pontapé inicial do congresso ressaltou que o momento é de
os trabalhadores se unirem, porque vários ataques estão colocados.
Irene Rodrigues, coordenadora-geral do Sismuc, relembrou o
início do sindicato na década de 1980 e as lutas que receberam apoio das
entidades ali presentes.
Mais que isso, Rodrigues fez um quadro geral dos vários ataques
às conquistas sociais sofridos atualmente – saúde, previdência, direitos trabalhistas,
dentre outros:
“Que déficit é esse na nossa aposentadoria? Na Prefeitura de
Curitiba nesta semana, infelizmente, a Câmara aprovou o parcelamento da dívida
com a previdência do município. Então, não há déficit. Por essas situações, na
luta do próximo período é fundamental a participação de todos e de todas”,
convoca.
Falas da mesa de
abertura
Cathia Almeida, da coordenação do Sismuc, afirmou na mesa de
abertura do congresso que “tudo o que se registrar aqui é fundamental levar
para os locais de trabalho”.
Representando a comissão organizadora, Rosângela Pimentel, por
sua vez, afirmou que o sindicato representa o servidor “nas suas lutas
cotidianas”.
Ataques gerais contra
os trabalhadores
Já Luiz Carlos Paixão, representando o movimento negro e
movimentos populares, ressaltou que o XI Congresso se dá em um momento carregado
de desafios. Isso porque notícias recentes dão conta de que o governo interino de
Michel Temer (PMDB) e o congresso nacional promovem uma série de ataques contra
todos os trabalhadores.
Alysson Nathan, presidente da Federação dos Servidores
Públicos Municipais Cutistas (Fessmuc), que hoje agrega 42 sindicatos
municipais do Paraná filiados à CUT, também apontou que os desafios não são
apenas dos servidores, mas da classe trabalhadora em geral, frente aos ataques do
governo Temer.
“O momento não está
para brincadeira”
Um sindicato muito importante em todo o Brasil, que tem
contribuído com as conquistas dos servidores. Foi assim que Joselia de Itajá, diretora
da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam)
classificou o papel do Sismuc. Para a dirigente, está em jogo o serviço público
de nosso país.
Regina Cruz, presidenta estadual da CUT, ressaltou a combatividade
do Sismuc e recordou o papel conservador jogado hoje pelo Congresso, que
aprovou nessa semana o PL 257 – iniciativa que destrói o serviço público
municipal, estadual e federal. “Vamos fazer um grande ato unitário das centrais
sindicais no dia 16 de agosto, em frente à agência dos Correios. Precisamos
construir sim uma grande greve geral no país”, declarou.
A mesa de abertura encerrou-se com poesia e a convocatória
para o baile dos servidores.
*poema de Carlos Drummond de Andrade.