Querem nos aniquilar

Ainda aterrorizado com atentado em Orlando, que
ceifou a vida de pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
que frequentavam a casa noturna Pulse, conhecida por ser LGBT. Terror ou
homofobia? O que é importa é que o ataque foi motivado, sobretudo pelo ódio. O
pai do autor dos disparos revelou que o filho tinha forte repulsa contra a
expressão do afeto entre pessoas do mesmo sexo, o que provavelmente gerou o
ataque homofóbico, monstruoso e eu diria medieval se não fosse o uso de armas
de fogo.

Atacar a Pulse foi uma forma mais rápida que o
matador encontrou de atingir todas as pessoas LGBT, seus/as defensores/as,
amigos/as e familiares. Os reiterados discursos de ódio que atingem a
comunidade LGBT, mas também mulheres, negras e negros, povos de comunidades
tradicionais e religiosidades de matrizes africanas é o mesmo. Ele opera no
sentido da aniquilação do diferente, da subtração da diversidade humana, numa
tentativa fatal de padronizar comportamentos, estilos e formas de vida.

Neste sentido, me posiciono de forma intransigente
a favor de todas as formas de experimentar a vida com respeito a credos, cores,
gêneros, etnias, idades, territorialidades e sexualidades e da mesma forma
convoco a sociedade. Devemos acreditar que, só protegendo a diversidade
enquanto um valor democrático, é que alcançaremos um mundo livre de toda e
qualquer forma de violência e opressão.

Não podemos nos silenciar e permitir que hoje ou no
futuro a vítima seja o seu filho, a sua filha ou mesmo você. Todos os anos no
Brasil são assassinadas mais de 300 pessoas com apenas uma motivação, o ódio às
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, não podemos esperar que
sejam 50 em um único ato, em um único dia, para que a sociedade nos enxergue.