Sismuc condena exposição de servidora e de pacientes em estado grave em UPA

“Mais de uma hora no total aguardando pra fazer
eletrocardiograma. Aí eu escutei algumas risadinhas, algumas conversas em uma
outra sala que eu ainda não tinha entrado. Aí eu abri a porta lá e percebi que
tinha duas enfermeiras lá dando risada, mexendo no celular, sentadas – um
descaso com a população”. A fala é de usuária da unidade de pronto atendimento
que denunciou a situação à Rede Massa no dia 15 de junho.

A sala a que ela se refere, no entanto, é chamada de “Sala
Vermelha”, onde ficam os pacientes em estado grave, que estavam sendo
monitorados pelas enfermeiras. Diferente de uma unidade básica de saúde, que é mais
voltada à realização de exames e consultas, a UPA é uma unidade de atendimento
de urgências e emergências. Nela, os pacientes são separados por gravidade.

A cidadã que ficou insatisfeita acompanhava o marido, que
faria um eletrocardiograma, e descontou nas trabalhadoras que acompanhavam
pacientes em estado mais crítico ainda. Para o Sismuc, as servidoras cumpriram
corretamente suas funções ao dedicar maior atenção aos pacientes em estado
grave.

Quem não está cumprindo com as obrigações é a Prefeitura de
Curitiba, que permite esse tipo de situação ao não rever o dimensionamento das
equipes do Sistema Único de Saúde – SUS. Quando realiza poucas contratações por
concurso público, o prefeito Gustavo Fruet condena a população às filas de
espera.

Além disso, o sindicato ressalta que falta mais do que força
de trabalho: “Curitiba passa por dificuldades com a falta de equipamentos,
medicamentos e insumos. Os servidores trabalham de segunda a segunda para
prestar o melhor atendimento, mas faltam condições”, critica Irene Rodrigues,
coordenadora do Sismuc.

Cada UPA em Curitiba atende mais de 45 mil pessoas
anualmente, segundo informações da secretaria de comunicação social, e
certamente nas “Salas Vermelhas” muitas vidas são salvas. “A atitude da cidadã
compromete diretamente o atendimento a essas pessoas e indiretamente, pois ao
fazer a denúncia equivocada na Imprensa e nas redes sociais, ela prejudica a
imagem e o trabalho das equipes do SUS curitibano. E pode ser responsabilizada
por isso”, conclui a coordenadora.

Curitiba passa por dificuldades com a falta de equipamentos, medicamentos e insumos.