A Prefeitura de Curitiba está reduzindo sua equipe de saúde
ocupacional. A decisão pode ter impacto direto na qualidade do atendimento prestado
ao servidor público que passa por processo de recuperação física ou mental. O
corte na quantidade de psicólogos é pela metade. Já a quantidade de assistentes
sociais chega a 25%.
As mudanças podem vir a acontecer para que a gestão
municipal preencha as vagas destinadas à Casa da Mulher Brasileira. Na falta de
voluntários para trabalhar no local, a secretaria de Recursos Humanos está
transferindo quatro psicólogas e duas assistentes sociais. A mudança desagrada
as trabalhadoras: “Nosso medo é não conseguir prestar atendimento adequado. A
gente não é contra a Casa. Apenas entende que é preciso colocar gente com o
perfil”, compara uma psicóloga.
O remanejamento da Saúde Ocupacional para a Casa da Mulher
Brasileira ocorre porque a gestão Fruet não realiza concurso público. Para o
Sismuc, não basta apenas deslocar as trabalhadoras, pois as características das
atividades são bem distintas. Na saúde ocupacional, as psicólogas e assistentes
sociais se dedicam a melhoria da saúde do trabalhador, fazem a redução de carga
para mães com crianças especiais, avaliam a recuperação de servidores e fazem o
monitoramento. Já na Casa, as trabalhadoras atenderão mulheres vítimas de
violência doméstica, dentro do programa federal “Mulher viver sem violência”.
“Eu não tenho esse perfil de atendimento. A Prefeitura tem
que se preocupar em atender bem o servidor e a população. A medida, pelo
contrário, busca tapar o sol com a peneira”, revela uma assistente social.
O Sismuc deve questionar a decisão da secretaria de recursos
humanos. Para o sindicato, a Casa da Mãe deve ser preenchida por profissionais
contratados via concurso público e treinados para a função. Mais do que isso, o
sindicato questiona a desassistência aos seus trabalhadores.
“A prefeitura está desprestigiando o servidor. Ao invés de
melhorar o atendimento para o servidor que necessita de suporte, a gestão reduz
a equipe e sobrecarrega profissionais. Qual é a importância que essa gestão dá
a saúde ocupacional”, questiona a coordenadora do Sismuc Maria Aparecida Santos.
Jornadas diferentes
A Casa da Mulher Brasileira deve ser inaugurada até 20 de
maio. Com o remanejamento, as servidoras também terão a jornada de trabalho
alteradas. Atualmente, na Saúde Ocupacional, a jornada é de 30 horas semanais
no período da manhã. Na Casa, a jornada será de 12×36 com turnos das 7h às 19h
e das 19h às 7h. Essa alteração também será questionada pelo sindicato.
Curitiba desmonta saúde ocupacional dos municipais
A edição deste mês da revista Ágora também aborda o tema da Saúde Ocupacional. Artigo de André Machado para coluna “Nossa Cidade” explica a ação da secretária de recursos humanos Meroujy Cavet no desmantelamento do serviço voltado aos servidores municipais.
– Por determinação da Secretária de Recursos Humanos, Meroujy Cavet, será desmontado o atendimento do serviço social e da psicologia, que atuavam interdisciplinarmente junto com a medicina do trabalho na prevenção de riscos ocupacionais aos servidores. Os profissionais de psicologia e assistência social serão colocados à disposição da Secretaria de Recursos Humanos para serem espalhados por outros órgãos da prefeitura – elucida Machado.
O artigo estará disponível já na sexta-feira (6), na Ágora e nas redes do Sismuc.