Prefeitura promete 1044 vagas em berçários até metade do ano.

Uma reunião convocada pela Comissão de Educação da Câmara
Municipal discutiu a oferta de vagas em berçários nos cmeis. O encontro contou
com a participação do Sismuc e de mães que representam coletivo em busca de
matricular seus bebês. Na discussão, a
secretaria de educação Roberlayne Roballo, admitiu o problema das vagas na
cidade. Segundo ela, nove mil crianças ainda não estão matriculadas. Por outro
lado, garantiu a abertura de 1044 novas vagas até julho. São 58 turmas de
berçários dentro dos 16 novos equipamentos a serem entregues. Para atender essa
demanda, novos professores de educação infantil devem ser chamados. Atualmente,
47 mil crianças de três meses a cinco anos são atendidas pela rede.

Na reunião, a secretária de educação Roberlayne Roballo
negou fechamento de vagas. O que houve foi realocação das salas conforme a
demanda e procura por parte das mães. Isso levou a “não abertura” de vagas para
crianças de três meses a 18 meses em 25 cmeis. Atualmente, Curitiba tem 200
equipamentos de educação infantil.

A secretaria ainda responsabilizou a crise econômica pela
dificuldade na abertura de novas vagas. “A crise econômica não nos deixa avançar em algumas
áreas.Mesmo assim, Curitiba
é uma das únicas capitais que atende em período integral. A gente quer manter
isso e não dar jeitinho com meio período como em outras cidades”, compara
Roballo.

Somadas
as novas vagas está a rotatividade da rede. Com as crianças crescendo e mudando
de turma, abre espaço para novos bebês serem atendidos, segundo a gestão
municipal. Serão 2690 crianças novas nos berçários,
caso essas salas não sejam utilizadas para atender maternal e a obrigação de
matrícula de crianças de quatro e cinco anos. “Enquanto em um cmei a gente teve
a procura de oito vagas em B1, em maternal tivemos procura de quase 100 em
maternal. Nós estamos atendendo a demanda de maternal 3 e pré-1”,
justificou Roballo em relação as mudanças ocorridas desde o começo do ano.

Realidade

Embora o governo Fruet prometa a abertura de novas vagas,
não garante a inclusão das crianças de três meses a 18 meses que procuram
atendimento na rede. Cibele de Almeida dos Santos é uma mãe do Sítio Cercado que
esteve na reunião e relatou sobre sua peregrinação para conseguir vaga no
berçário 1: “ Eu fui atrás para minha filha ser atendida. Eu recebi a
negativa. Em seguida, não deram lista de espera. Eu fui em sete cmeis e sem
vagas. O núcleo orientou a procurar cmeis que teriam vagas. A maioria das mães
recebeu a negativa de vagas. São mães do Pinheirinho e Sítio Cercado. As mães
estão desistindo de entrar na lista de espera. É muita criança para pouco
berçário”, lamentou.

A falta de vagas é apontada pelo sindicato desde novembro de
2015, quando as professoras afirmaram “sobra” de profissionais por causa do
processo de reorganização escolar, como conta Soraya Zgoda, coordenadora de
comunicação do Sismuc. “Nós recebemos reclamação em novembro de
professores excedente devido o fechamento de turmas. Procuramos a gestão e não
tivemos respostas. Após isso, o Sismuc começou as denúncias à imprensa e ao
Ministério Público da Educação. A partir disso as mães começaram a nos procurar
por causa da falta de vagas”, elucida.

A vereadora Carla Pimentel também demonstrou preocupação com
o atendimento imediato das crianças nos berçários. “Tem sido constante a
tendência de a mãe procurar o cmei e sequer ser atendida com um protocolo. A mãe
não pode esperar o filho crescer para entrar na rede”, ponderou.

Mais profissionais e
capacitação

Além da abertura de 16 novos equipamentos e 1044 vagas
apenas em berçário, a secretária de educação se comprometeu a chamar
professores de educação aprovados em concurso.
Além disso, anunciou parceria com a Universidade Federal do Paraná
(UFPR) para a realização de curso de graduação em pedagogia para os
profissionais dos cmeis.

Números da educação

2 milhões – custo de um cmei

16 – cmeis inaugurados em 2016

1044 – novas vagas para berçários

B1 – crianças de três a 11 meses

B2 – crianças de 11 a 18 meses

18 – quantidade de crianças por turma no B1 e B2

23 – quantidade de crianças por turma no maternal 1

26 – quantidade de crianças por turma no maternal 2

31 – quantidade de crianças por turma no maternal 3 e pré1

47 mil – quantidade de crianças atendidas na rede em 2016

9 mil – fila de espera, segundo a secretaria de educação

15 mil – demanda silenciosa (não busca o serviço), segundo o MP

24 mil – quantidade de crianças nascidas em 2015, segundo a gestão.

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