Curitiba de todas as palavras

De um antigo espaço da Guarda Municipal e uma
velha lembrança, a Feira do Poeta volta a fazer parte da cultura curitibana,
depois de onze anos adormecida. Na verdade, alguns servidores municipais resolveram
levar a literatura para a vida de quem ama, mas não é especialista no assunto.
O Largo da Ordem – e também a periferia – voltam a respirar poesia.

Os poetas e agitadores culturais Luiz Carlos
Brizola e Geraldo Magela ajudaram a dar uma sacudida na Fundação Cultural, com
os projetos de “Saraus Populares”, que já aconteceram nas dez regionais de
Curitiba, em comunidades como a Portelinha (Santa Quitéria) e Vila Torres, onde
as pessoas são chamadas a mostrar seus talentos.

“O foco é a gente do bairro, que não tem
possibilidade. É muito legal encontrar uma menina de oito anos recitando
Leminski. São pessoas que às vezes nem de casa saíam”, diz Brizola.

Há também o projeto “Cutucando Inspiração”, que
reaproveitou o espaço do Teatro Universitário de Curitiba (TUC) para
apresentações culturais e récitas de poemas, reunindo diversos escritores. E
tem ainda o “Escritibas”, que destinou uma barraca do Largo da Ordem aos
domingos para a venda de autores fora do circuito editorial.

Para 2016, o desejo de Brizola é comprar uma
impressora para que a Feira do Poeta volte a editar poemas e livros a baixo
custo para escritores. Quase uma fábrica de munição poética para ser
distribuída por aí, bem no espírito de que freqüenta a Feira. “Aqui é um lugar
de encontro. Fazemos leitura de poesia aos domingos”, convida.

E você, que acha de sacudir a poeira daquele
caderno de poesias há anos na gaveta?