Ocorreu no mês de dezembro o evento “Emergências”. O
encontro contou com a participação de cinco mil pessoas no Rio de Janeiro,
entre elas duas representantes do Sismuc. A ideia foi realizar “ações de
enfrentamento dos retrocessos no campo dos direitos culturais e no conjunto dos
direitos humanos”. De outro lado, Emergências faz referência ao surgimento de
um novo contexto social, cultural, político e econômico marcado por novas
formas de convivência geradas por uma verdadeira revolução sociocultural.
Foram sete dias de palestras, debates e oficinas. O Sismuc
foi representado pelas coordenadoras Casturina da Silva Berquó, que trabalhou
durante 14 anos na Fundação Cultural de Curitiba (FCC), e por Sandra Ester dos
Santos, servidora da FCC. Para elas, o principal balanço do encontro é enxergar
que tem uma moçada bem nova nesta briga por direitos.
“Foi importante o encontro porque ajudou a mapear a
realidade política, sociocultural na América Latina nos tempos atuais. Dentro
desse conceito, a gente pode observar como os atores culturais têm trabalhado a
mídia alternativa para dialogar com a sociedade. Isso foi muito importante,
porque podemos perceber que alguns países da América Latina estatizaram seus
meios, outros construíram meio alternativos fortes. Com a autonomia dentro
desses canais, é possível desenvolver um trabalho de qualidade à população. É
uma busca constante de formação e informação”, observa Casturina.
Como exemplo fica a mesa que tratou dos futuros possíveis
para a América Latina. Para a senadora
uruguaia Constanza Moreira, é necessário disputar os avanços. “Tem muita gente
se perguntando se saímos de uma era progressista e entramos numa era
conservadora. Eu acho que não, os direitos conquistados na última década não
serão tirados tão facilmente”, destacou.
Já o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, destacou a
importância de fortalecer a identidade latina. “O Brasil, por muito tempo, se
comportou como uma ilha e nossas conexões eram com a Europa ou com a América do
Norte”, reposicionou.
Aplicação
O Emergências posiciona a Cultura como campo estratégico nas
disputas sociais e politicas contemporâneas. Este é um evento com construção
participativa que cria um campo de confluência para a reflexão sobre a Cultura
Política no início do Século XXI. Neste sentido, uma das tarefas mais importantes
é aproximar os discursos teóricos da realidade do cidadão e do servidor, como
aponta Casturina: “Precisamos buscar uma nova linguagem sindical com os
trabalhadores. Se observamos bem, o “sindicalês” é o mesmo desde muito tempo.
Nós precisamos ouvir melhor os trabalhadores e promover espaços de diálogo mais
eficientes”, pondera.