Na sexta-feira (11),
o Sismuc protocolou extenso documento na Promotoria de Justiça de
Proteção à Educação do Ministério Público (MP) do Paraná. Na
denúncia, provas da precarização do atendimento às crianças e
das condições de trabalho nos centros municipais de educação
infantil (cmeis) de Curitiba. E, ainda, a ameaça de fechamento de
pelo menos 23 berçários na reorganização escolar de Gustavo Fruet
(PDT), sobrecarregando ainda mais professores de educação
infantil.
“A Prefeitura tenta resolver o problema da
falta de profissionais de maneira errada. Em vez de realizar novas
contratações por concurso público, quer reduzir o número de
turmas e convocar de volta à sala de aula profissionais afastadas
por razões de saúde”, alerta Irene Rodrigues, coordenadora geral
do Sismuc. Ela aponta problemas como a da servidora que atua em
secretaria por problema na coluna, por exemplo, mas que terá de
voltar à sala de aula para cuidar e educar crianças de colo.
E
o que acontece a médio e longo prazo?
“Se
você tira os professores que já têm um vínculo com a turma,
quebra o bem-estar das crianças e das trabalhadoras”, pondera
Xênia Mello, advogada e mãe do Lourenço, que frequenta o cmei
Centro Cívico. Ela relata que o tema é muito sensível, ao ponto
das professoras chorarem quando ela pergunta o que vai acontecer com
o berçário. Mas a secretaria de educação tem feito pouco-caso das
denúncias do Sismuc e, até o presente momento, não dá sinais de
que abrirá qualquer diálogo sobre a reorganização escolar que
planeja impor ao serviço público municipal.
Mas não é
apenas o sindicato que está mobilizado na defesa da Educação. O
grupo de mães e pais representado pela advogada também enviou
comunicação ao MP denunciando a situação. “É importante que o
Ministério Público atue para fins de evitar o fechamento das vagas,
pois temos notícia de que isso está ocorrendo em inúmeras unidades
em Curitiba. Ainda, para fins de evitar que decisões
autoritárias ocorram, o que causaria danos tanto às crianças
quanto às trabalhadoras do cmei”, diz a carta das famílias.
O
Sismuc tem monitorado informações que circulam em núcleos
regionais de educação e mesmo nos próprios cmeis. A entidade já
mapeou 23 equipamentos municipais que sofreriam com o fechamento de
um ou mais berçários. A gestão, no entanto, não abre o debate
sobre a questão nem com a categoria e tampouco com a sociedade. “Por
hora, acumula a pecha de autoritário, assim como o governador do
estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, que só passou a dialogar após
o enfrentamento. Se preciso for, também iremos às ruas”, conclui
Irene.
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