No dia 26 de novembro completa dois anos da greve dos
educadores de Curitiba. A paralisação ocorreu após inúmeras tentativas da
categoria em avançar nas condições de trabalho e na conquista de direitos. Essa
greve durou dois dias e foi suspendida quando a gestão sinalizou a
possibilidade de negociar a redução de jornada, cumprir corretamente a hora
atividade, refazer o Plano de Carreira e promover a eleição de direção, entre
outros. Contudo, no dia 18 de março de 2014 a greve era retomada. A duração foi
de cinco dias.
Na época, pelo menos 70% da categoria aderiu ao movimento
chamado de “onda amarela”. A reportagem do Sismuc destacava a demora da gestão
em negociar a pauta: “a Prefeitura de Curitiba recebeu a pauta da educação em
janeiro. Desde lá, os pontos principais das reivindicações não avançaram. Os
educadores pedem redução de carga horária, aposentadoria especial, hora
atividade de 33%, piso salarial e eleição de direção”, registra.
Durante a greve, a população soube que o índice de evasão
(saída) de educadores crescia justamente devido a falta de estímulo à carreira
de educador. Segundo uma pesquisa naquele ano, pelo menos 200 educadores
tomaram a mesma decisão. Foi o caso de Ana Paula Wonce, que trabalhava no Cmei
Osny Dacol. Ela se desinteressou pela educação infantil porque as pautas não
avançavam: “Fui para o magistério municipal por vários motivos. Principalmente
por trabalhar meio período, pelo salário se dobrar, por ter mais opções de
cursos e mais oportunidades com o (programa) Comunidade Escola e o Eja
(educação de jovens e adultos)”, expõe.
Suspensão da greve
A suspensão da greve ocorreu no dia 28 de novembro. A gestão
havia assumido o compromisso de formar um grupo de estudos para avaliar mudanças
na carreira e a redução de jornada.
Educadores retomam a
greve
A recusa da Prefeitura de Curitiba em reduzir a jornada e
contratar mais profissionais foi um dos motivos da retomada da greve. Para a
categoria, a gestão Gustavo Fruet estava enrolando a todos. A greve se esticou
por cinco dias. Ao final, já em abriu, a gestão enviou carta aos pais dizendo
que a redução de jornada era muito cara, se negando a contratar mais
profissionais. “Para implantação das 30 horas, os pais teria que pegar seus filhos
no meio da tarde. A cidade (também) precisaria de até R$ 209 milhões e seis mil
educadores”, descreve a nota que nega a redução de jornada.
Novas lutas
As duas greves encerram com avanços importantes para a
categoria da educação. Os mais palpáveis são a mudança de nome para
profissionais de educação infantil e novo plano de carreira. Também avançou na
eleição de direção.
Por outro lado, a redução de jornada nunca chegou. Nem a efetivação
da hora atividade de 20%, quando mais a reivindicação de 33%. Outro ponto que a
Prefeitura de Curitiba recuou foi no reajuste de 16%, como ficou registrado em
carta aos pais. O prefeito Gustavo Fruet ainda tem se recusado a negociar os reflexos da segunda greve. Diferente do que ocorreu na primeira paralisação.
Como professor de educação infantil, passa a ganhar o mesmo por hora que os demais professores de nível médio. O salário do educador será quase 16% maior em 2014.
2014 – Educadores encerram greve após avanços em sua pauta
Correntes que libertam. Após cinco dias intensos de greve com direito a acorrentamento e greve de fome, os educadores municipais de Curitiba encerraram a greve. A decisão foi tomada em assembleia realizada em frente da Prefeitura no sábado à tarde. Com a decisão, volta ao normal o funcionamento dos Centros Municipais Infantis de Curitiba. O retorno só foi possível depois que o prefeito Gustavo Fruet determinou a realização de uma força tarefa e apresentação de cenários possíveis sobre a jornada e demais pontos de valorização da educação infantil.
O fim da greve só foi possível após a sinalização da gestão de discutir de forma mais ampla a carreira e jornada dos educadores, bem como a isonomia com o magistério. Após reunião com o prefeito Gustavo Fruet, ficou determinado a realização de uma força tarefa com inicio no dia 24 de março para apresentar cenários possíveis com relação à jornada de trabalho e a carreira. O compromisso é de apresentar diversos cenários possíveis, incluindo contratação profissional e impactos financeiros, no dia 8 de abril ao prefeito e aos trabalhadores. Os cenários possíveis vão desde a jornada de 40 horas e hora atividade de 33%, jornada de 30 horas com hora atividade de 20 ou 33%, além de outras possibilidades.