Faltam políticas públicas direcionadas à mulher

Lutadoras de entidades, movimentos sociais e da sociedade civil caminharam pelas ruas do centro até a rodoviária de Curitiba. Na pauta do protesto, a violência contra as mulheres e contra o assassinato brutal da menina Rachel Genofre, crime impune desde 2008. Rachel tinha apenas nove anos. 

O protesto contou com a mãe de Rachel, Maria Cristina Lobo Oliveira. Em um ambiente de comoção, jovens recitaram poesias e entregaram flores para os parentes da vítima.
Apenas 17 delegacias de atendimento
As dirigentes dos movimentos sociais criticaram a falta de políticas públicas no Paraná. O estado, terceiro do Brasil em número de assassinato de mulheres, não possui uma secretaria estadual específica do gênero. Outro dado recente e alarmante é que, somente entre 22 de junho e 24 de agosto de 2015, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) recebeu 17 denúncias ajuizadas por feminicídio (assassinato em razão de gênero). Entre 10 de março de 2015 e 1º de novembro, o Ministério Público (MP) registrou 62 denúncias de feminicídio.
“E o Paraná tem apenas 17 delegacias de atendimento para 399 cidades”, recorda Regina Cruz, presidenta estadual da Central Única dos Trabalhadores.
Essas pautas surgiram ao lado de temas tais como: o combate à impunidade nos casos de várias jovens assassinadas, o combate ao assédio moral e sexual, condições de trabalho para a mulher.“Falamos em nome das servidoras públicas, que sofrem todos os dias o abuso, escutam palavras horríveis, mesmo prestando serviços pela comunidade em Curitiba”, afirma Soraya Cristina, coordenadora do Sismuc, em fala durante o ato.