Falta de trabalhadores concursados, superlotação de crianças, desrespeito à hora-atividade, sem condições de trabalho, assédio moral de chefia, substituição de professores por estagiários. Não é pouca coisa que as guerreiras e guerreiros da categoria têm que enfrentar todos os dias. E a situação muitas vezes piora em vez de melhorar.
“Os problemas enfrentados nos cmeis precisam ser combatidos com valorização profissional e investimento em Educação”, contesta Ana Paula Cozzolino, coordenadora geral do Sismuc e professora de educação infantil. Recentemente, em uma manobra com representantes do Conselho Municipal de Educação, a Prefeitura aprovou em primeira votação o aumento de crianças atendidas por cada trabalhador nos berçários.
O que o sindicato defende e a categoria exige é que não se faça maquiagem dos problemas, naturalizando uma situação irregular nos cmeis, que é a superlotação. Pelo contrário. “Se é para levar a sério o princípio do Educar e Cuidar, precisamos ter condições para isso”, desabafa Cozzolino. E isso passa por mais concursos públicos, acesso a materiais e recursos mínimos, como cadeiras, nos locais de trabalho, assim como pelo cumprimento da hora-atividade.
“A Educação Infantil precisa dar um salto de qualidade para acompanhar o aumento da demanda que vem com o crescimento da cidade e que o Ministério Público cobra que o município dê conta”, resume a coordenadora. O Sismuc, portanto, também cobra que a administração dê conta de suas pendências, mas sem mascarar os problemas e sem prejudicar o trabalhador. E segue aberto a construir essas políticas públicas junto à Prefeitura, na medida em que houver disposição e vontade política da gestão de Gustavo Fruet.
Semana de Impacto
Dessa forma, a mobilização da categoria começa no dia 16 de maio, com a participação na Conferência Municipal de Educação. O objetivo é garantir no texto final do encontro as condições para o salto de qualidade na educação infantil, que a Prefeitura deverá implementar.
Em clima de mobilização, durante a semana os trabalhadores seguem alertando pais de crianças, colegas e a população curitibana sobre a situação dos cmeis até o dia 22. Na sexta-feira, terá uma paralisação de 50 minutos nos locais de trabalhos, em que será distribuído o Jornal Curitiba de Verdade.