Na madrugada desta quarta-feira (22) dirigentes da CUT Paraná e de sindicatos filiados à Central foram até o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, onde prepararam uma despedida para os deputados federais do Estado. Parte deles saia de Curitiba com destino à Brasília, onde participarão ainda nesta quarta-feira da votação das emendas do Projeto de Lei 4.330/2004, o PL da terceirização.
O ato contava com faixas contrárias ao projeto de lei que escancara as terceirizações no Brasil. Também foram distribuídos panfletos informativos para os passageiros alertando para as consequências da terceirização, como a ampliação da jornada de trabalho, a redução de salários, o fim dos concursos públicos e a ampliação no número de acidentes de trabalho. Os dirigentes também exibiam cartazes que mostravam os 17 deputados paranaenses que votaram a favor do projeto como procurados pelo crime de roubo de direitos.
“Estabelecemos um bom contato com os passageiros e muitos nos apoiaram e até faziam questão de apontar os deputados que estavam chegando. Outros demonstram-se curiosos com o projeto e pediram informações. Além disso, é claro, cobramos dos deputados a sua representação popular e a defesa dos direitos dos trabalhadores. Cumprimos nosso papel”, atesta o secretário de comunicação da CUT Paraná, Daniel Mittelbach.
Na longa fila para o embarque, formada pelo retorno do feriado aliado ao show de uma banda de rock, os parlamentares passaram pelo corredor formado pelos dirigentes sindicais. Os deputados Sandro Alex (PPS), Leandre (PV), Luciano Ducci (PSB), Leopoldo Meyer (PSB), Sérgio Souza (PMDB) e Osmar Serraglio (PMDB) foram alguns dos deputados que votaram contra os trabalhadores e foram cobrados.
Contudo, apenas o deputado Ricardo Barros (PP) discutiu intensamente com os manifestantes. Quando questionado pelo diretor do Sindiquímica-PR e da FUP, Gerson Castellano, sobre a origem do seu voto respondeu. “Eu sou empresário, eu sou empresário”. Já Aliel Machado (PCdoB), Assis do Couto (PT) , Cristiane Yared (PTN) que votaram contrários ao projeto foram cumprimentados pelos trabalhadores. O Senador Roberto Requião, que também já anunciou ser contrário ao projeto de lei das terceirizações, também recebeu cumprimentos dos trabalhadores.