Prefeitura escondeu contracheque provisório dos servidores da saúde

O Sismuc teve acesso a um contracheque provisório de um servidor da saúde. A apresentação do holerite antes da Páscoa, garantindo o pagamento dos novos pisos retroativos era uma condição para o encerramento da greve no primeiro dia. Contudo, em mesa de negociação, a Secretaria de Recursos Humanos negou essa possibilidade. 

No primeiro dia da greve (30), a secretária de Recursos Humanos Meroujy Cavet havia alegado ser impossível emitir a antecipação do contracheque provisório. A afirmação foi feita durante a mesa de negociação que discutiu a suspensão da greve (veja ata). Para o sindicato, sem essa garantia, o medo de um novo calote era grande. 
Agora, com acesso ao documento, o Sismuc questiona a versão apresentada pela gestão de Curitiba: “Como é que agora nós estamos tendo acesso ao contracheque? Parece que o governo Gustavo Fruet ‘queria’ mais um dia de paralisação e não foi sincero com os servidores municipais”, critica a coordenadora Irene Rodrigues. 
Questionados pelo Sismuc hoje (1) durante reunião do Qualifica SUS, a chefe do núcleo de RH da saúde e membros da gestão da Secretaria de Saúde alegam que desconheciam a possibilidade de impressão antecipada dos contracheques.
“Diante dessa revelação, qual é a moral que o prefeito tem para querer descontar os dias parados dos servidores municipais? Parece que a gestão empurrou a greve para mais um dia para judicializar a questão?”, expõe Irene.
Acampamento 
Ao final do segundo dia da greve de ontem (31 de março), os servidores da saúde definiram montar acampamento ao lado da Prefeitura, de maneira que o local concentre informações sobre os cumprimentos dos acordos, atividades de mobilização e atendimento individual aos servidores a partir dos seus contracheques. A previsão é de que o acampamento se estenda por todos os dias, incluindo o feriado de Páscoa, até o dia 6 de abril (segunda), quando nova assembleia da categoria define os rumos do movimento.