Fruet propõe perdas salariais para os servidores municipais

Mais uma vez a gestão Gustavo Fruet quer punir os servidores
municipais pelos seus erros de cálculo. Agora em relação à data-base. O governo
municipal previu reajuste salarial baseado na Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO). Com isso, o valor proposto ficaria abaixo da inflação. Contudo, com
aporte financeiro, a gestão assumiu compromisso de reajustar salários em 7,67%.
O valor não traz ganho real e ainda está abaixo dos reajustes que foram dados a
funcionários terceirizados.

A secretaria de Recursos Humanos Merouyjy argumentou que a
Prefeitura não previu o aumento da inflação e que o limite da gestão era apenas
repor a inflação do período. “A gente foi surpreendido pela inflação galopante,
mas projetamos ganho real no futuro.”, lamentou.

Contudo as estimativas de baixa arrecadação reforçadas pela
gestão foram rebatidas pelos sindicatos. O economista do Dieese Sandro Silva lembrou
que a gestão coloca nas despesas de 2015 recursos de 2014 e que estava omitindo
o aumento de arrecadação com a alta de impostos. “Ninguém previa a alta de
impostos, mas eles foram praticados pelos governantes. Portanto, a antiga
projeção não calculava essa alta e alguns dados trazidos pela gestão pertencem à
negociação de 2014. Portanto, é importante relativizar qualquer prejuízo”, contrapõe.

A suposta crise financeira também foi questionada. A Secretária
de Finanças Eleonora Fruet, na Câmara Municipal, admitiu o aumento da arrecadação
com o IPVA, ITBI e IPTU: “Com o aumento, o IPVA pode significar R$ 160 milhões
no orçamento da cidade, mas só vai começar a entrar em abril”, declarou no fim
de fevereiro. Para esse ponto, os sindicatos disseram que não entendem como
Fruet aumenta impostos e reduz investimentos: “Uma proposição abaixo da
inflação é enorme sacrifício aos servidores municipais. A maioria dos
servidores municipais amarga um plano de carreira cruel”, questionou a
coordenadora do Sismuc Irene Rodrigues.

Valorizando
terceirizados

Se de um lado falta dinheiro para ganhos reais aos servidores
municipais, de outro, a gestão Fruet não poupou aos terceirizados. Aos
trabalhadores do transporte público o reajuste foi de 9%, sendo 1,5% de ganho
real. O vale alimentação saltou de R$ 331,50 para R$ 415 (25,19% a mais). Já os
funcionários da CAVO fecharam negociação em 10%, ou seja, 3,3% acima dos
servidores municipais.

A presidente do Instituto Municipal de Administração Pública
– IMAP, Liana Carleial, justifica as diferença: “São grupos de trabalhadores em
situações completamente distintas. A Prefeitura não pode cobrar da Cotrans
plano de carreira, por exemplo”, justificou. A presidente ainda disse que o
servidor tem outras vantagens que o terceirizado não tem como estabilidade e
outros benefícios.

O Sismuc questionou a diferenciação: “Todos os terceirizados
que tem data base em discussão com a Prefeitura tiveram reajustes acima da
inflação. Não é possível que aumente para os terceirizados e não faça para os concursados”,
reclamou Irene.

A Prefeitura de Curitiba também reajustou os salários de
secretários e cargos comissionados, só que abaixo do INPC: “O reajuste dos
comissionados e secretários, solidariamente, fica em 6,21%”, lametou Meroujy
Cavet.

Assembleia geral

O Sismuc convoca os servidores municipais para assembleia geral nesta quinta-feira (2). A assembleia ocorre às 19 horas, no Sismuc. O objetivo é avaliar a proposta da gestão e propor mobilização.