Os servidores municipais da Saúde
decidiram, em assembleia iniciada às 15h, pela manutenção da greve nas Unidades
de Saúde (US) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Ao lado da falta de
condições de trabalho, o segmento avalia que não há segurança sobre o pagamento
das pendências e dos acordos não cumpridos pela gestão.
Pouco antes, a mesa de negociação
de hoje não contou com a presença do prefeito Gustavo Fruet, que justificou
outra agenda. Participou o secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda, e
Meroujy Cavet, secretária de Recursos Humanos. Por sua vez, os servidores foram
representados pela direção do Sismuc e por representantes de todos os segmentos
da categoria.
Na avaliação feita em assembleia,
a mesa de negociação da Prefeitura não deu garantias de resolução dos problemas
e não avançou na incorporação das gratificações, sem perdas, para os servidores.
Com isso, os servidores continuam
sujeitos ao “não cumprimento da fatídica pauta do dia 3 de fevereiro”, como
afirma Ana Paula Cozzolino, em referência à ata da suspensão da greve de
fevereiro, quando a gestão havia se comprometido com pagamentos retroativos de
dezembro em relação aos novos pisos salariais, pagamento de horas-extras e Descanso
Semanal Remunerado (DSRs), e a realizar incorporações sem perdas.
Proposta oficial e questões pendentes
Agora, a gestão apontou a antecipação
do pagamento, para o dia 10 de abril, em parcela única, dos valores retroativos
a dezembro, com divulgação de contracheque no dia 6 de abril. A gestão divulga
também que, no mês de abril, pagará a segunda parcela das horas extras e DSRs residuais de 2014
Porém, sobre o polêmico ponto de
incorporação do Incentivo ao Desenvolvimento de Qualidade (IDQ), não houve
avanço na proposição oficial, além de medidas já apresentadas, caso da formação de um grupo de trabalho para debater o tema.
A pauta dos servidores da saúde segue pendente. A
defesa do sindicato é pelo cumprimento dos acordos já firmados: 10% sobre o
vencimento de cada servidor, a título de Qualifica SUS, e de 10 a 30% também
sobre o vencimento de cada servidor, a título de Difícil Provimento.
“Não queremos nenhum centavo a
menos”, defende Irene Rodrigues, da coordenação do Sismuc. Na defesa dos servidores, a incorporação da gratificação deve se dar sobre o salário base e não no vencimento
total do servidor.
Sobrecarga do trabalho nas unidades
Muitos servidores levantaram a questão de que o atendimento nas unidades já convive com precarização e falta
de profissionais.
O número adequado de profissionais em uma Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) é de 18 profissionais, mas o quadro atual médio é de oito
trabalhadores.
Na atual greve, o acordado com a gestão é a
manutenção de 20% do quadro de profissionais, centrados nos casos de emergência.
Servidores informam a Imprensa do Sismuc
de que em algumas unidades há coação para a não adesão à greve.
“Há chefias na recepção pressionando funcionários, justificando que vão sofrer perseguição”, afirma
trabalhadora de unidade de saúde no bairro Campo Comprido.