Precisa-se de profissionais. Esta é uma das exigências dos servidores da saúde que retomam a paralisação na segunda-feira (30). Mesmo sem greve, a Secretaria de Saúde não consegue preencher o quadro mínimo de funcionários para atender a população nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA). A saída tem sido improvisar justamente com as horas extras que o governo Fruet tem dado calote.
Para não interromper o atendimento nas UPAs, o secretário de saúde Adriano Massuda exigiu o número mínimo de 12 profissionais por unidade. Quantidade que sequer no cotidiano de trabalho (sem a greve) ele consegue cumprir. Em visitas neste sábado (28) nos equipamentos, o Sismuc constatou que as equipes estão desfalcadas. É o caso das UPAs Pinheirinho, Sítio Cercado e Boqueirão. Na primeira, apenas onze pessoas estão trabalhando, sendo que não havia enfermeiros na escala. Já a Sítio Cercado opera com sete servidores. A UPA Boqueirão conseguiu reunir apenas oito profissionais. Ou seja, 33% a menos do que o número mínimo exigido pelo próprio secretário.
“Isso demonstra a falta de conhecimento sobre o funcionamento dos equipamentos de saúde de Curitiba. O secretário Adriano Massuda faz uma exigência para a greve que em dias normais ele mesmo descumpre”, alarma Irene Rodrigues, coordenadora do Sismuc que visitou as equipes. O sindicato cobra mais atenção da justiça, do Ministério Público e dos conselhos para o caos na saúde. Irene reforça que a curto prazo não há disposição da Prefeitura em resolver o problema. “Estamos fazendo essa denúncia a justiça. A dificuldade de prestar atendimento de qualidade é diária. Contudo, a gestão Fruet se nega a abrir concurso público para enfermagem e outras áreas da saúde. Há apenas estudo sem qualquer data para conclusão”, revela.
Círculo vicioso
Para o Sismuc, a crise na saúde municipal está dado. Ele ocorre justamente porque não é prioridade da gestão investir muito mais acima do que manda a lei na saúde. O circulo vicioso ocorre porque faltam funcionários. A Prefeitura de Curitiba não contrata mais porque aquela não ter mais recursos para investir em saúde. Com isso, os que estão na rede são obrigados a fazer horas extras. Contudo, as horas extras não estão sendo pagas corretamente (a própria Prefeitura assumiu que devia 31 mil horas extras). Nem os novos pisos desses trabalhadores. Para protestar contra o calote, os servidores saem em greve. Exigem receber pelas horas trabalhadas e abertura de concurso público. Mas a gestão, alegando falta de dinheiro, não abre vagas, fazendo com que exige acumulo de horas e mantendo a falta de profissionais.
