Repórter-fotográfico busca apoios para publicar livro sobre festa de San Lázaro, em Cuba

Apaixonado
por fotografar a realidade dos povos ao redor do mundo, o repórter-fotográfico
paranaense Leandro Taques encontrou na manifestação religiosa a inspiração para
o seu mais novo projeto profissional: o livro San Lázaro-Babalú Aye, que
retrata a fé de milhares de pessoas que participam, em Cuba, da festa e
peregrinação pelo santo. O projeto agrega ainda ao fotojornalista o desafio de
viabilizar a publicação do livro pelo financiamento coletivo, o chamado
crowdfunding.

Com
cerca de 80 fotos, extraídas de mais de 4 mil imagens feitas durante as festas
de San Lázaro em 2012 e em 2014, o livro vai retratar diversos personagens fotografados durante as peregrinações dos devotos de San
Lázaro, o santo católico, e Babalú Ayé, o orixá na Santeria, em Rincon,
Santiago de las Vegas, em Cuba. O livro contará com fotografias de Leandro
Taques e textos do jornalista José Carlos Fernandes.

Todos
os anos, no dia 17 de dezembro, dia de San Lázaro, milhares de pessoas de todas
as partes de Cuba fazem uma peregrinação até o Santuário Nacional, em Rincon,
um pequeno vilarejo perto de Havana. A procissão vai passando pelo caminho
forrado de imagens, altares improvisados, flores, velas e pessoas pedindo
dinheiro para remediar seus males. Os peregrinos rezam para pedir graças ao
padroeiro das enfermidades. A fumaça das velas e dos charutos se mistura aos
odores agridoces do caminho. Mulheres, crianças, homens… gente de todas as
classes se juntam como em um só corpo a caminho do santuário a espera que o
santo derrame suas bênçãos sobre eles e que seus desejos sejam atendidos.

San
Lázaro é um dos santos mais venerados em Cuba. É o protetor dos enfermos, é a
personificação dos pobres e excluídos da sociedade. Para os católicos, San
Lázaro. Na Santeria, Babalú Ayê. Também chamado de “el viejo” ou ainda “el
Milagroso”, o santo atrai uma multidão de seguidores.

Muitos
deles são doentes. Realizam a jornada de joelhos ou rastejando, de pés
descalços, vestindo roupas feitas de sacos de estopa. Alguns puxam pedras
amarradas à seus pés. Outros arrastam correntes por dias ou até semanas. Cada
um, à sua forma, demonstrando sua devoção. Todos cumprindo a promessa feita por
ter recebido a graça do milagroso. Lázaro foi um homem pobre, que passou fome.
Um homem coberto de chagas, que os cachorros lambiam para aliviar a dor. Este
personagem, da parábola dos evangelhos, é o Lázaro santificado pela tradição
popular.

“San
Lázaro ajuda e protege quando tudo ou todos não podem mais ajudar”. Essa
relação com o santo implica em comportamento específico, uma devoção “fuerte”.
É preciso pagar as promessas feitas ao santo”, afirmam os cubanos.

Financiamento coletivo

Para
ajudar o projeto San Lazaro-Babalú Aye, basta acessar www.kickante.com.br/campanhas/san-lazaro-babalu-aye-0