No final da tarde do dia 10, oito
sindicatos estaduais de professores e servidores, estudantes e manifestantes,
ocuparam o plenário da Assembleia Legislativa do Paraná. Cerca de 200 pessoas passaram
a madrugada do dia 11 e prometem ficar no local até a retirada das mensagens
legislativas nº 001/2015 e 002/2015 enviadas pelo governador Beto Richa e que,
segundo os servidores, têm por objetivo acabar com a carreira do funcionalismo
público no Paraná.
Durante o dia,
mesmo com milhares de servidores em greve, concentrados em frente à Praça Nossa
Senhora Salete, na capital paranaense, 34 deputados aprovaram a Comissão Geral
para votar o pacotaço do governador Beto Richa. Enquanto que 19 parlamentares
foram contrários à retirada de direitos dos trabalhadores e ao repasse de oito
bilhões de reais da previdência estadual para o Executivo.
“Queremos
também traduzir nessa ocupação a indignação e a humilhação que a escola pública
vem sofrendo no conjunto. Não temos condições de receber os estudantes nas
escolas. Por isso estamos em uma greve geral muito forte desde o primeiro dia
letivo e a greve se intensifica com esse dia histórico”, afirma Hermes Leão,
presidente da APP-Sindicato, em entrevista à imprensa do sindicato de
professores.
Com a não votação do projeto, o
movimento ganha tempo e força. Lideranças que estão no local afirmam que a
orientação é não sair da Alep. Até o momento, o único incidente de violência
partiu da segurança da própria casa. No entanto, informações dão conta de que o
Batalhão de Choque da PM se posicionou cercando o local deve iniciar
reintegração de posse a qualquer momento.
O objetivo do governo Richa era
que o projeto de lei tivesse regime de urgência, daí a aprovação da Comissão
Geral, que analisaria e aprovaria o projeto na mesma tarde. Uma forma de
atalho. A oposição se colocou contra e denunciou o mecanismo do tratoraço. O
deputado Tadeu Veneri, por exemplo, em seu pronunciamento, havia conclamado os
deputados da situação (a ampla maioria) a não aprovarem um projeto que
prejudica milhares de paranaenses.
Outros militantes vieram de
várias regiões do estado, indignados com o desmonte do serviço público
promovido pelo governo do estado. “Não aceitamos nenhum tipo de acordo que
possa atacar direitos adquiridos de todos os sindicatos que estão organizados
nessa greve geral”, afirma Luciano Palagano, professor de Marechal Cândido
Rondon.
A mobilização continua.