Nota dos movimentos sociais de Rio Grande do Sul

Apoiamos a decisão do governo de encerrar o Memorandum de
Entendimento assinado em Abril 2013 com a AEL Sistemas, subsidiaria da Elbit
Systems. O acordo teria permitido à empresa acessar dinheiro público
brasileiro e tecnologia produzida pelas universidades gaúchas, isso permitiria
transformar uma empresa de capital israelense em ‘empresa líder’ de projeto
militar em solo brasileiro.

Essa conquista é fruto da nossa luta coletiva, com a qual, o Rio Grande
do Sul e o Brasil contribuem com o movimento global de boicote,
desinvestimentos e sanções contra Israel.

A participação da Elbit na construção do muro do apartheid e do uso e
desenvolvimento de armas utilizadas por Israel, tornou a Elbit Systems em
alvo desde de uma campanha global. Essa campanha já impediu que a Elbit Systems
recebesse investimentos de dezena de fundos financeiros internacionais. Suas
subsidiarias são frequentemente denunciadas e recebem protestos, tais como o
bloqueio dos ingressos da AEL Sistemas em Porto Alegre ao inicio de esse ano.

Com o anuncio público que invalida o Memorandum e acrescenta que de fato
o acordo foi congelado há meses, o governo demonstrou ouvir e acolher às
demandas da sociedade civil no estado, incluindo a comunidade palestina e os
movimentos sociais. Agradecemos aos movimentos sociais de todo o Brasil que,
desde o FSM Palestina Livre que celebramos juntos em Porto Alegre no 2012, tem
insistido sobre a urgência do embargo militar contra Israel, e tem apoiado a
mobilização contra os contratos com a Elbit Systems.

Estamos convencidos que nosso estado e o Brasil têm a capacidade e
obrigação de continuar o lutando para impedir o genocídio do povo palestino.
Por isso, agradecemos nesse momento também o reitor da UFSM que anunciou que a
universidade – que está à vanguarda da tecnologia satelitar no nosso país – não
vai colaborar com a Elbit Systems e suas subsidiarias em nenhum projeto que
pode ter uso militar.

Desde os movimentos de Rio Grande do Sul nos comprometemos de continuar
em solidariedade ativa com o povo palestino. Vamos lutar para que essa decisão
seja mantida pelo próximo governo.

Continuamos opondo-nos à presença da Elbit Systems em nosso território e
aos contratos com as empresas militares israelenses, seja a nível estadual ou
federal.

Chamamos, portanto, os movimentos do Brasil a valorizar essa decisão
histórica do governo de Rio Grande do Sul fortalecendo a luta pelo embargo
militar a Israel e pelo boicote, desinvestimentos e sanções contra Israel.

Palestina Livre!

Plenária de movimentos sociais gaúchos

Porto alegre, 8 de dezembro de 2014