Fim das coligações mudaria nove cadeiras na Assembleia

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Três partidos que não obtiveram votação mínima terão cadeiras no Legislativo paranaense graças à regra da coligação: PMN, PPL e PRB terão representação garantida porque o sistema eleitoral vigente permite que partidos elejam deputados federais e estaduais sem atingir o número mínimo de votos. Outros seis deputados eleitos só conseguiram suas vagas graças à atual Legislação eleitoral. O fim das coligações nas proporcionais é uma das propostas contidas no projeto de Reforma Política sugerido ao Congresso Nacional.

Enquanto não muda a lei, figuras políticas entram no poder de carona. É o caso de Dr. Batista (PMN), que ficou com uma vaga de deputado estadual na coligação com o PP. Ou de Marcio Pacheco (PPL), que papou a cadeira graças à aliança com o PV. Sem as coligações, Antonio Carlos Belinati (PP) e Viola (PV) teriam sido os eleitos. Com as coligações nas eleições proporcionais, vale mais a pena, para alguns candidatos, entrar em uma aliança mais forte do que fazer votação expressiva. Isso porque as cadeiras das casas legislativas são divididas entre as coligações e não entre os partidos e nem diretamente os candidatos.

Existe um cálculo que começa no quociente eleitoral, número total de votos válidos dividido pelas vagas. Cada coligação, quantos forem os partidos, tem direito ao número de vagas proporcional à votação da soma de seus candidatos dividida pelo quociente eleitoral. Só depois de divididas entre as coligações, as cadeiras são repartidas entre os candidatos integrantes. Assim, alguns parlamentares e partidos são eleitos por meio da votação de aliados da coligação. Veja no gráfico como seria a composição partidária da Assembleia Legislativa do Paraná em cenários com e sem a regra das coligações.

PT é o partido que mais perde com coligação no Paraná e, PSC, o que mais ganha.

Sem coligar, o Partido dos Trabalhadores (PT) teria eleito outros dois candidatos, em vez de impulsionar o pastor Edson Praczyk (PRB) e o ruralista Fernando Scanavaca (PDT). Teriam entrado, neste caso, os petistas Alisson Wandscheer e Elton Welter. O PRB não teria eleito nenhum candidato e o PDT ficaria com três ao invés de quatro cadeiras. No caso do PMDB, Jonas Guimarães ficaria de fora porque o partido não teria feito oito deputados, mas sete.

Já o Partido Social Cristão (PSC) absorveu duas cadeiras graças à coligação com os Partidos da República (PR) e Trabalhista do Brasil (PTdoB), que não elegeram ninguém. Outros campeões do modelo são o DEM e o PSDB, que graças à coligação com o PSB, coseguiram eleger um deputado a mais cada um do que se a disputa fosse sem alianças. Foram beneficiados a Cantora Mara Lima (PSDB) e o ex-presidente da Assembleia, Nelson Justus (DEM). Sem coligação, Wilson Quinteiro (PSB) ficaria com uma das vagas.

Mudanças na configuração da Assembleia se as coligações não fossem permitidas:


* Matéria produzida durante a oficina “Por dentro do Legislativo” durante o Hackaton Eleições 2014 da Universidade Positivo.