Curitiba coloca em risco atendimento à população

A Prefeitura de Curitiba tem
anunciado redução de gastos dentro do Programa
de Melhoria da Receita e do Gasto Público. Segundo o governo Gustavo Fruet, os
cortes são 10%, ou R$ 248 milhões aos cofres da Prefeitura de Curitiba. Contudo,
essa economia prejudica o atendimento à população de Curitiba em áreas
essenciais como educação, segurança e saúde.

Para realizar os cortes, a Prefeitura não tem pagado as horas extras de
seus funcionários, além de recuar em acordos firmados em mesas de negociação. A
própria gestão admite o calote em mesa de negociação com o sindicato em oito de
outubro quando afirma que “a Superintendência Executiva está empenhada na
negociação junto à SMRH (Secretário Municipal de Recursos Humanos) e SMF
(Secretaria Municipal de Finanças) para pagamento das horas realizadas”.
Contudo, a demora em honrar suas dívidas faz com que a Prefeitura de Curitiba possa
jogar seus profissionais para uma possível greve.

O estado de greve, que é um alerta público sobre as dificuldades em
avançar nas negociações, foi aprovado no último dia 29. Ele foi definido após a
Secretaria de Saúde mais uma vez se negar a apresentar os custos da pasta e os
prováveis investimentos. Desde o começo de 2014 os servidores da saúde já
participaram de diversas assembleias e reuniões com a gestão pública para
tentar solucionar os problemas que ocorrem nas Unidades de Saúde e Unidades de
Pronto Atendimento (UPAs). As queixas vão desde a falta de remédios a inadequadas
condições de trabalho como ausência de luvas e outros materiais.

Ainda nesta “política de cortes de gastos”, a Prefeitura de Curitiba
tem obrigado os servidores a ter acúmulo de função, colocando em risco o
atendimento ao povo, uma vez que os servidores trabalham cansados e
desestimulados. Problema que podia ser solucionado com a realização de concurso
público, melhor planejamento da jornada de trabalho, igualdade salarial e fim
das remunerações variáveis que amarram os trabalhadores devido a salários
baixos.

Portanto, os servidores da saúde
fazem uma alerta à sociedade de Curitiba para preveni-la caso ocorra algum
incidente com usuários por falta de qualidade de atendimento. A omissão de
socorro jamais será responsabilidade exclusiva dos servidores municipais. Essa
conta pertencerá ao prefeito Gustavo Fruet e ao secretário de saúde, Adriano
Massuda, devido à sua política de racionamento. Para os trabalhadores do SUS, a
economia de recursos voltados à educação, segurança e saúde é temerária, pois
retira justamente de onde deveria investir muito mais.

Por fim, o Sismuc, ao lado dos
servidores da saúde, pede apoio à sociedade e ao povo curitibano para que essa
política que precariza os serviços públicos seja revista imediatamente. No
próximo dia 8 de novembro os trabalhadores realizam ato nas USs e UPAs
alertando a todos. Que o prefeito e seus secretários honrem seus compromissos e
coloquem o interesse público da cidade acima de economias que melhoram a “saúde
financeira” enquanto pioram o atendimento à população.