Depois de sugerir arrocho na remuneração de uns para planificar o valor recebido por trabalhadores da Saúde, gestão de Gustavo Fruet propõe gratificações entre R$ 2 e 2,3 mil para Chefes de Unidades Complexas de Saúde e Autoridades Sanitárias em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas (UBs) de Saúde. A pergunta que o sindicato levanta é: se tem dinheiro para pagar tudo isso a mais de 130 chefias entre distritos sanitários, UPAs e UBs, então o que justificaria o não pagamento de horas-extras já trabalhadas?
“Igualdade não pode significar nivelar por baixo. Todos precisam ser reconhecidos e valorizados”, afirma Irene Rodrigues, coordenadora do Sismuc. Foi na Assembleia da Saúde servidores trouxeram a denúncia de que estaria sendo implementado um choque de gestão: desde o início do mês, 25% das horas-extras teriam sido cortadas.
Mais uma vez, a conclusão é que dinheiro tem, só não está indo para onde deveria. “Parece que a Prefeitura está tentando dividir os trabalhadores. Se as chefias fazem parte de uma equipe, e é assim que funciona o SUS, então gratificações têm que ser para a equipe”, questiona Irene. O problema é ainda mais complexo, pois o novo modelo de gratificações que a gestão apresenta (Qualifica SUS, anexo, página 12) amarra o recebimento do recurso ao cumprimento de metas estabelecidas pela gestão. Já para os gestores, a gratificação é garantida.
O Sismuc é contra a meritocracia, por entender que ela favorece quem já é favorecido e tem mais condições de produzir o “mérito”. Mas a mesma regra precisa se aplicar a todos. E não se trata de nivelar por baixo, mas de valorizar igualmente as equipes que compõem e constroem o Sistema Único de Saúde no Brasil e em Curitiba. O sindicato também é contra as gratificações e defende a isonomia (uma vez estabelecidas as gratificações, elas devem ser para todos), além da incorporação de benefícios ao salário (para receber a quantia também na aposentadoria) e do aumento real em vencimentos e pisos salarias dos trabalhadores.
