A mesa de negociação específica da educação com os gestores
municipais, menos a secretária de educação Roberlayne Roballo, que não
compareceu, trouxe algumas surpresas. Uma delas é a recusa da gestão em
reajustar o salário dos educadores em 9,88% em dezembro, como havia sido
proposto em mesa no dia 8 de abril (veja ata). A outra é o encerramento da mesa
de negociação da pauta dos educadores, mesmo tendo o prefeito Gustavo Fruet
dito que ocorreram mesas permanentes.
A gestão alega que a recusa, em assembleia, dos educadores
justifica a retirada do reajuste. “A gente encaminhou para as famílias uma
proposta, mas não foi aceito. Portanto, segundo a versão atual, não tem nada a
ser oferecido”, conclui Ida Regina, superintende de gestão educacional.
O argumento foi rebatido pelo sindicato. Os representantes
da mesa recordaram que após a reunião do dia 8 de abril, a Prefeitura divulgou
material dizendo que ia fazer o reajuste em dezembro. “A carta afixada nos
locais de trabalho não dizia que a proposta estava desfeita, mas que seria
executada em dezembro. Apareceu o reajuste de 9,88% no simulador do RH e não
aparece mais”, completa os integrantes sindicais. Diante do impasse, a gestão
disse que vai verificar.
A retirada apenas do reajuste parece incoerente, uma vez que
a “recusa” dos servidores foi a proposta como um todo da gestão. Mesmo assim, o
Plano de Carreira foi encaminhado à Câmara Municipal, houve a contratação de
400 novos educadores e a proposta de mudança de nomenclatura, além de ser
decida a eleição de direção e a aposentadoria especial.
“Eu estou na Prefeitura há 34 anos. Eu nunca vi isso acontecer.
Não é porque a gente rejeitou a proposta geral que abrimos mão do reajuste em
dezembro. Os dados saíram na imprensa e aceitamos negociar o Plano. É a
primeira vez que o vejo os trabalhadores ‘recusarem reajustes’”, ironiza Irene
Rodrigues.
O sindicato cobra que a Prefeitura se posicione mais
claramente sobre o assunto. Para Ida Regina, o assunto não estava na pauta e
não é possível discutir o reajuste como sendo isonômico. Argumento rebatido
pelo sindicato: “A Prefeitura disse que o reajuste atenderia a isonomia com o
valor e eu argumentei que a igualdade se dá com jornada de trabalho e outros
critérios”, afirma Irene.
Mesa permanente
Ao fim da reunião, a Secretaria de Educação deu por
encerrada a mesa de negociação especifica. A postura foi critica intensamente
pelos membros sindicais. Para o Sismuc, é compromisso do prefeito Gustavo Fruet
a realização de mesas permanentes. “Se for para substituir o espaço de
negociação por ofício, a gente não precisava de mesa de negociação”, criticou
Irene Rodrigues, coordenadora do Sismuc.
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