A jornada de trabalho e a eliminação dos chamados tempos
mortos da produção, buscando intensificar a produtividade do trabalho, é motivo
constante de luta entre patrões, gestão e trabalhadores.
O Sismuc reuniu-se com a Secretaria Municipal de Recursos
Humanos para avaliar a apresentação da gestão sobre o dimensionamento de
pessoal nos locais de trabalho. Os segmentos abordados na elaboração da
Prefeitura se limitaram à Fundação de Ação Social e à Secretaria Municipal de
Trânsito.
A primeira impressão da direção do Sismuc é de que o estudo
não leva em conta a visão do servidor e também do usuário. É uma pesquisa a
partir do ponto de vista das chefias e do resultado. Ao lado dessa percepção,
gestão e sindicato coincidiram que o projeto é baseado na visão taylorista de
organização do trabalho. O que, da parte do sindicato, é motivo de crítica, uma
vez que este método tem como característica o uso na iniciativa privada.
A gestão, da sua parte, defende que enxerga brechas ociosas
na organização do trabalho do servidor. O sindicato, por sua vez, levanta
dúvidas em relação ao tempo para cumprir determinada tarefa. Em realidade, os
servidores querem saber qual é a relação entre déficit e superávit no
quadro de pessoal.
Necessidade
O Sismuc reivindicou que a gestão explicite o número de
trabalhadores envolvidos no cálculo de cada setor/atividade por unidade de
trabalho. De acordo com a entidade sindical, “A pesquisa parece carecer de
objetivo, uma vez que não aponta real diagnóstico para soluções em local de
trabalho”, comenta Eduardo Recker Neto, coordenador do Sismuc.
Diagnóstico da FAS
De acordo com estudo de dimensionamento, a Fundação apresenta
371 quadros próprios. Os dados são de 2013. O estudo realizou o
cálculo médio de horas não trabalhadas, com um percentual de disponibilidade de
diferentes profissionais: do setor jurídico, assessoria de comunicação,
regional matriz, assessoria comunitária entre outras.
Ana Paula Cozzolino, coordenadora do Sismuc, questionou se o
estudo levanta o número de trabalhadores necessários em cada unidade de
trabalho. “Não é suficiente
visualizar apenas o quadro da FAS, é necessário termos uma noção do que é
necessário para atender com qualidade”, defende.
Um outro problema apontado pelo sindicato se refere ao desvio
de funções decorrentes de falta de profissionais. Isso faz com que um
profissional acabe atuando em uma área fora da sua. “A realidade é que faltam
servidores. E não consigo olhar para esse estudo e visualizar porque há buracos
como esse”, avalia Eduardo Recker Neto.
A partir da apresentação dos gestores dos resultados
identificados, será agendada uma nova reunião para a apresentação das ações
planejadas. O Sismuc cobra que esse processo seja o mais rápido possível, uma
vez que pautas gerais e específicas dependem dele. Cobrou também a apresentação
em relação a Educação e Saúde.