Esta é a primeira reportagem da série Extinção dos espaços públicos em Curitiba. A pauta surge a partir de denúncia apurada e publicada no Jornal do Sismuc nº 103. De lá para cá, a imprensa do sindicato vem acompanhando e pesquisando informações a respeito da vontade da gestão municipal em privatizar o zoológico e outros espaços públicos da capital paranaense. A edição de agosto do ilustrado Curitiba de Verdade traz esta matéria e outros quatro textos aprofundando o debate sobre a privatização. Confira:
Após denúncia de privatização do Zoológico Municipal do
Parque Iguaçu repercutir na mídia de massas em Curitiba, Secretaria Municipal
do Meio Ambiente (SMMA) convidou trabalhadores para reunião. Saldos da conversa:
promessas de mesa permanente de negociação e de liberar acesso ao estudo de
viabilidade que já está sendo realizado. A gestão, portanto, admitiu a intenção
de repassar à iniciativa privada a responsabilidade de financiar despesas do
parque.
O sindicato é contra qualquer formato de privatização, seja
por meio de concessão, terceirização, adoção ou mesmo parcerias público-privadas.
Para a direção do Sismuc, este é um ataque ao direito à cidade, uma
multiplicação da política de catracas, além de ser um afago no já bilionário
empresariado local. “É mais fácil vender a gestão. Mais do que fácil, é
mais interessante, pois cria um novo balcão de repasses daquilo que é público
para particulares”, questiona Arno Emilio Gerstenberger Junior,
coordenador do Sismuc.
Hoje, famílias grandes, com mais de três crianças, nem
sempre com ambos os pais, veem no zoológico uma das poucas opções de lazer gratuito
em Curitiba. Essas pessoas muitas vezes vêm de regiões metropolitanas e,
portanto, já pagam pelo transporte para chegar no Alto Boqueirão – lembrando
que a passagem de ônibus aumentou 50% aos domingos. A grande questão aqui é
impedir que tirem do povo para entregar o parque ao empresariado, que poderá
cobrar por entrada e/ou serviços. “Eu mesmo, quando estou com pouco
dinheiro, posso fazer uns sanduíches em casa, pegar meus dois filhos e usar a
tarifa domingueira para ter um lazer de baixo custo. Se for privado, não
poderei mais fazer isso”, depõe o coordenador Arno.
Leia a segunda reportagem: (Especial) Privatização atende a interesses particulares de quem já é favorecido
Terceira reportagem: (Especial) Metade do orçamento do Meio Ambiente já vai para a inciativa privada