Jornalistas pararam por cinco minutos em todo o estado

Contra o desrespeito à categoria, profissionais se mobilizaram para protestar em redações e locais de trabalho hoje (3)

Os jornalistas de todo o Paraná se organizaram em torno da hashtag #jornalistasmobilizados contra a segregação regional dos trabalhadores. Os patrões querem rebaixar o piso salarial no interior. Em mesa de negociação, eles sinalizaram que os novos valores deveriam ser equivalentes ao número de habitantes de cada cidade. Assim, os jornalistas de regiões com baixa densidade demográfica receberiam pouco mais do que o salário mínimo. A negociação de todas as outras pautas da categoria está travada frente ao desrespeito patronal.

A paralisação foi de cinco minutos, com os trabalhadores vestindo preto ou roxo, em dois momentos do dia: às 10:00 e às 17:00. O ato teve grande adesão nas redações de Curitiba e cidades como Londrina, Cascavel, Foz do Iguaçu, Pato Branco e Umuarama. No interior, muitos enfrentaram o descontentamento de donos e gestores das empresas de comunicação para somarem-se à luta. Sabendo que sozinhos são vulneráveis, os jornalistas se uniram para dizer um forte NÃO à ideia de que o profissional do interior valeria menos que o da capital.

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A luta, como sempre, depende da compreensão dos jornalistas enquanto classe trabalhadora e de sua disposição para reivindicar seus direitos – ou então, passivamente, vê-los serem perdidos. "Hoje, a categoria fez valer sua voz e, agora, espera uma resposta da classe patronal", sintetiza Pedro Carrano, diretor do Sindijor. Até o momento, a única posição das empresas foi apresentar a proposta de piso diferenciado. "Para a categoria, isso é uma verdadeira afronta, já que os trabalhadores conquistaram o piso unificado com muito suor. Não vamos rebaixar qualquer patamar salarial", conclui Carrano.

Apoio sindical

O Sismuc apoiou a mobilização, tanto com a presença de seus coordenadores no ato dos jornalistas, como por meio da presença na web. Desde manhã cedo, o sítio da entidade já trazia à frente de todos os demais conteúdos um pop-up destacando a luta da categoria de comunicadores. Durante quinze minutos pela manhã (das 9:55 às 10:10) e outros quize à tarde (das 16:55 às 17:10), a página saiu do ar, sendo substituída por uma cortina preta com o mesmo pop-up e a seguinte mensagem: Sismuc fora do ar em apoio aos jornalistas.

"Tiramos a página do ar para demonstrar que sem jornalista não tem informação", expliocaa Adriana Claudia Kalckmann, coordenadora de comunicação do Sismuc. Para ela, é importante a consciência de classes entre diferentes categorias de trabalhadores. "Além disso, a comunicação cumpre um papel transversal nas lutas sociais, então a valorização do jornalista é fundamental para todos os movimentos sindicais e populares", defende.