Administrativos protestam contra precarização do Plano de Educação Permanente relativo ao SUS

Os agentes administrativos da saúde realizaram ato de protesto hoje (17), pela manhã, para cobrar a revisão do formato, do cronograma e da metodologia do Plano de Educação Permanente relativo ao SUS. 

Com esse Plano de Educação, os servidores conquistaram a redefinição do cumprimento de jornada de trabalho para 36 horas. Porém, sem condições de transporte, com agendamento desorganizado, entre outros problemas relatados, o curso traz muitas dificuldades à dinâmica de trabalho dos trabalhadores da Saúde.    

O protesto aconteceu durante o próprio curso, organizado no setor de orgânicos do Mercado Municipal. O curso, que havia sido negociado para ser à distância, em mesa de negociação com a gestão no dia 20 de janeiro de 2014, na prática tem sido presencial. O tempo de traslado do local de trabalho tem sido uma dificuldade para os agentes. Há muitos relatos de assédio das chefias, que exigem o cumprimento da jornada na unidade, desconsiderando o curso.

“Não está sendo um curso com gestão democrática. Os servidores não foram ouvidos sobre o conteúdo e a metodologia de aplicação do Plano de Educação”, critica Sônia Nazareth, da coordenação do Sismuc. 

Perda de aproveitamento da capacitação  

Sem as condições para realização do curso, os servidores não conseguem aproveitar sua parte pedagógica. Esta é a avaliação de Soraya Zgoda, coordenadora do Sismuc. “É lamentável que a administração tenha optado por esta forma, que é um modelo arcaico, porque trabalha com educação depositária. Com isso, perde o SUS e os trabalhadores”, critica. 

O ato contou com representatividade de todos os distritos da Saúde Municipal. Os servidores cobraram o avanço na direção da implantação da pauta das 30 horas. O protesto vinha sendo realizado em silêncio. Os servidores colocaram narizes de palhaço e erguiam cartazes com as críticas a esse modelo. Quando a gestão impediu a fala dos manifestantes, muitos agentes administrativos se retiraram do curso e voltaram ao local de trabalho para término de cumprimento de jornada. 

“Enquanto militante da Saúde, defendo que a formação continuada para os trabalhadores da Saúde é uma prerrogativa, porém não pode ultrapassar os limites da relação de trabalho. Com a precarização, uma categoria sem histórico de educação continuada na área da saúde perde uma oportunidade única de formação”, critica Irene Rodrigues, coordenadora do Sismuc e militante na área de saúde pública. 

Apontamento 

Na próxima terça, dia 22 de abril, às 14 horas, no setor de Orgânicos do Mercado Municipal, está agendada nova etapa do Plano de Educação Permanente. O Sismuc convoca a presença dos servidores.