Os educadores municipais de Curitiba entraram no terceiro dia de greve. Pelo menos dois mil trabalhadores tomaram as ruas novamente para marchar em direção à Prefeitura de Curitiba. Hoje foi encaminhada uma carta ao prefeito Gustavo Fruet solicitando que ele participe da mesa de negociação. Para os educadores, os secretários municipais não têm apresentado proposta com relação à redução de jornada e a equiparação salarial com o magistério. Portanto, só a presença do prefeito pode caminhar para o fim da greve. Com a paralisação, 80% dos Centros Municipais de Educação Infantil foram atingidos parcialmente ou integralmente.
Na carta (clique aqui pra ver), protocolada pela manhã, os educadores informam ao prefeito Gustavo Fruet que “a principal reivindicação é a redução da jornada com vistas a reduzir a desigualdade com os professores municipais e melhorar a qualidade do serviço prestado à população de Curitiba”.
A carta também lembra que diversos prazos foram estabelecidos e não cumpridos pela gestão desde maio de 2013, o que “desacredita perante os educadores”. O documento ainda reitera que a redução de jornada pra precisa ocorrer de forma imediata, mas programada: “Implantação da jornada de 30 horas de forma escalonada e progressiva ao longo de três a quatro anos”.
Ação judicial
O Departamento jurídico recorreu ontem (19) da decisão judicial que imputava multa e declarava a greve ilegal. O pedido é pela revogação ou alteração da liminar. O pedido está em trâmite na justiça e deve ser analisado pelo desembargador Rogério Ribas, da 5ª Câmara Civil.
Risco e desvalorização
Os educadores também se demonstram preocupados com a forma que as crianças têm sido atendidas nestes dias de greve. Para eles, a Prefeitura tem recebido sem condições adequadas de atendimento. “Os educadores estão na greve lutando por seu direito e pelo direito das crianças. A greve acaba quando a gestão oferecer uma proposta ideal na isonomia. Por outro lado, prefere receber criança de qualquer jeito, colocando a segurança em risco”, lamenta Adriana Claudia Kalckmann, coordenadora de comunicação.
Outro ponto que preocupa os educadores é a afirmação do governo municipal de que houve valorização de 36% nos salários. “Não é verdade. A Prefeitura concedeu o reajuste normal da inflação no ano passado e apenas incorporou uma remuneração salarial a folha líquida do servidor. Ou seja, tirou de um lado da folha de pagamento e colocou em outro”, explica Adriana.
CUT condena judicialização
A presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores condenou a judicialização da greve por parte do governo Fruet. Em nota, Regina Cruz diz que a saída da greve é a mesa de negociação: “O tema em pauta é essencial, tanto o é, que foi uma das principais bandeiras de Gustavo Fruet em sua campanha: a valorização da educação. Esta valorização, não temos dúvida alguma, começa pelo reconhecimento de uma categoria essencial para o futuro e presente da nossa cidade”.