Greve de educadores continua na quarta (19)

A greve dos educadores continua amanhã, quarta-feira, dia 19. Não houve acordo em mesa de negociação sobre a pauta da redução da jornada de trabalho. Estavam presentes a secretária de Educação, Roberlaine Roballo, junto à secretária de recursos humanos, Meroujy Cavet. Participou também o secretário de governo, Ricardo Mac Donald Ghisi. Mas não houve qualquer avanço. 


Assim mesmo, a manutenção da greve se deve à falta de propostas da Prefeitura com relação à isonomia com o magistério. A recusa obrigou a comissão de negociação a se retirar da mesa, depois de uma hora e meia de reunião. 

A negociação não passou do primeiro item da pauta, que era a redução da jornada para 30 horas. Apesar da cobrança da comissão de negociação, a prefeitura não apresentou nenhuma alternativa com relação à redução ou a valorização salarial. 

A gestão se limitou a novamente empurrar uma proposta para o dia 23 de abril, prazo quando se encerraria o grupo de trabalho das 30 horas, iniciado no dia 12 de fevereiro. Porém, esta data já foi recusada em duas assembleias dos educadores. 

Na crítica dos integrantes do grupo de negociação, a PMC recusa-se a debater as 30 horas. E, mesmo no dia 23 de abril, não há garantia de proposta concreta sobre a redução de jornada. “Há um impasse neste momento. Na medida em que os educadores abriram mão das 20 horas, mas a gestão não abre mão das 40 horas. Não há mais condições de seguir assim”, critica Irene Rodrigues, da coordenação do Sismuc.

Nenhuma proposta 

Os educadores criticaram a postura da gestão. A administração não apresentou nenhuma proposta orçamentária ou pedagógica em relação à redução da jornada, mesmo com quase um ano de discussão sobre o tema. Mais que isso, a gestão desconhecia os estudos que o sindicato elaborou junto com o Dieese. Os estudos afirmam a viabilidade das mudanças. 

“Este é um tema que a prefeitura pauta apenas em mesa de negociação e não nos outros canais de debate sobre a isonomia”, defendeu a educadora Alessandra Oliveira, no momento quando a secretária de recursos humanos questionou por que esse estudo não teria sido apresentado no grupo de trabalho sobre as 30 horas. 

Sem proposta de impacto orçamentário 

Mesmo sendo questionada pela comissão de negociação dos educadores, a PMC não apresentou nenhum estudo de impacto orçamentário em relação à jornada de 30 horas. A gestão não mudou de posição. E com isso os educadores retiraram-se da mesa.  

A redução da jornada de trabalho é considerada entre as prioridades a mais emergencial. Em assembleia no final da tarde, os educadores aprovaram por unanimidade que a greve segue. 

Os demais itens da pauta, aposentadoria especial, cumprimento da hora atividade, eleição de diretores de cmeis (e não “creches”, como escreveu em nota a PMC) e piso salarial não foram discutidos, na medida em que se tratam de promessas assumidas pela gestão ao final da greve de novembro de 2013 e até agora não cumpridas. O entendimento é que resta a gestão colocar em prática essas pautas.

Educadores paralisam e denunciam péssimas condições de trabalho 

Com 90% dos cmeis paralisados total ou parcialmente, a greve de hoje (18) contou com presença massiva de educadores, concentrados durante a tarde no Centro Cívico. 

Vários educadores denunciaram as condições de trabalho nos cmeis. Surgiram nas denúncias problemas comuns como assédio moral, péssima infra-estrutura, infiltração em períodos de chuva, ao lado de falta de condições nos refeitórios e banheiros. 
 
Confira da reunião: 

 http://mediaenterprise.dohmsweb.com.br/mediafiles.sismuc.org.br/documentos/482_1476.pdf