“Festival” mostra a Saúde de Curitiba como ela é

No final da tarde de hoje (14), a entrada da Prefeitura Municipal de Curitiba (PMC) foi palco do “Festival de Promessas não Cumpridas”. Em cena, estavam presentes servidores de todos os cargos da saúde. Todos os servidores acenderam velas e pediram até de joelhos pelas pautas do segmento que não foram cumpridas pela Prefeitura Municipal de Curitiba (PMC). 

Nada disso tirou o ânimo dos servidores. Pelo contrário. Cada um deles acendeu uma vela para o retrato do prefeito Gustavo Fruet, para a secretária de recursos humanos, Meroujy Cavet, e também para Adriano Massuda, secretário de saúde do município. Junto aos retratos, um caixão e uma coroa de flores simbolizaram o enterro do voto de confiança dos servidores na atual gestão. 

Pedidos de joelho, caminhadas em procissão e encenação da atual situação dos locais de trabalho da Saúde em Curitiba finalizaram um espetáculo que a população de Curitiba já conhece bem. “Nos sentimos desvalorizados, não foi cumprido um terço do que foi prometido. Paramos 30 minutos, fizemos várias mobilizações no ano passado e não aconteceu nada. A saúde está doente”, critica Sônia Nazaret, auxiliar de enfermagem.

Valorização 


Diana Guérios, coordenação do sindicato, ressaltou que “É o começo da mobilização da Saúde em Curitiba. Esperamos que após esse ato haja uma resposta imediata da gestão, para evitar novos capítulos desse ‘Festival’”.
 
Na visão dos servidores da Saúde, mesmo na pauta que está tramitando como projeto de lei, caso do Projeto de Lei que reduz a jornada dos “Excluídos da Saúde”,  encaminhado pela PMC à Câmara de Vereadores, que altera a lei 11000/2014 para que nove cargos exerçam a jornada de 30 horas, ainda há exclusão e necessidade de incorporar mais profissionais. 

É o caso de Rosângela Maria Pimentel, socióloga que não está inserida no atual Projeto. Ela reivindica isonomia entre todos os profissionais no atendimento em Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS). “É preciso formar equipes multiprofissionais, é o que acontece no meu lugar de trabalho, dentro do princípio do SUS de atendimento dentro da integralidade (…) Vamos lutar por uma emenda ao projeto”, diz. 

Mesmo tendo conquistado as 30 horas, a psicóloga Luciana Varela Oliveira é solidária à amiga, pois todos os profissionais participaram da greve dos Excluídos, que durou 74 dias. “Não achamos justo que sociólogos e educadores sociais, por exemplo, não recebam este benefício”, comenta Rosângela. 

Situação de precarização 

Durante o “Festival”, foram várias preces para muitas situações de precarização. Para os profissionais de enfermagem, uma das bandeiras mais urgentes é a valorização salarial a isonomia de 80% na gratificação para Estratégia em Saúde da Família (ESF). 
 
Irene Rodrigues, da coordenação do Sismuc, explica que a luta é para que todos os profissionais que atuam na ESF alcancem os 80% já estabelecidos para médicos e dentistas. 

“É uma diferença muito grande, e por isso nós lutamos por isonomia para todos que realizam um trabalho multiprofissional, porque esses profissionais trabalham juntos e devem ter o mesmo incentivo”, comenta Irene.  

Já Lucília Maria Oliveira, enfermeira que trabalha na unidade Nossa Senhora da Luz, comenta que o enfermeiro é um profissional desvalorizado, mesmo com nível superior. “Hoje estamos sobrecarregados e em linha de frente. Hoje somos nós que precisamos justificar à população os erros da prefeitura”, critica.