Educadores: Prefeitura propôs calendário das 30 horas até a Copa do Mundo

A primeira reunião do grupo de estudos das 30 horas não foi fácil. A administração municipal propôs calendário de encontros até a metade de junho, em plena Copa do Mundo da Fifa. Neste período manifestações e greves pode estar proibidas por força de lei federal. Após insistência da comissão formada pelo Sismuc, o prazo foi reduzido para 26 abril para reavaliação de trabalho. O cronograma e os eixos devem ser submetidos à assembleia extraordinária de educadores no dia 19 de fevereiro. O prazo inicial dado pelos trabalhadores era de 30 dias.


De acordo com o cronograma, três eixos de estudo devem ser aprofundados. São eles a leitura de literatura referente a jornada de trabalho e outras questões relacionadas ao ensino infantil e a investigação em outros municípios que tenham jornada de 30 horas ou 36 hora. A terceira proposta é chamar consultores para que possam auxiliar na evolução dos trabalhos.


Visitas técnicas
Pelo menos dois representantes (um da gestão e outro dos educadores) devem fazer visitas em outras cidades que têm jornada de 30 horas. Segundo Ida Regina, superintendente de educação, o intuito é averiguar a possibilidade das mudanças, conversando com os servidores e a Secretaria de Educação local para conhecer a realidade e ver como ela pode ser adaptada. 


Além disso, para acelerar os trabalhos, foi proposta a visita a dois cmei’s por regional. “O objetivo é ouvir os profissionais que trabalham em cmei’s (educadores, pedagogos e diretores) sobre as questões elencadas”, registra minuta. Os itens a serem observados são a organização (rotina) da unidade, permanência, horário de folga, planejamento, dimensionamento de recursos humanos.  As visitas são semanais, sendo que ela tem início no próximo dia 21, na Regional Bairro Novo.


Consultoria
A elaboração de uma proposta de jornada pode ocorrer no fim de abril. É neste mês, no dia 9, que a última etapa dos três eixos deve ser concluída. Nesta data, o consultor Paulo Foch, contratado pela gestão, deve ministrar uma palestra. Para a gestão a consultoria se justifica porque “não dá pra olhar uma redução olhando apenas para um quadro de distribuição de carga horária” como a que foi elaborado pelo Sismuc. Em contrapartida, o sindicato estuda também levar um consultor para o evento.


Reunião tensa
A primeira proposta de calendário da gestão desagradou os representantes dos educadores. Segundo cronograma, o resultado do GT – e sem garantia de redução – ocorreria em 25 de junho (na terceira rodada da competição).  Em assembleia no último dia 28 de janeiro, os educadores tinham estabelecido 30 dias para um posicionamento concreto. Período rejeitado fortemente pela gestão Gustavo Fruet: “Eu sinto muito, mas ao final de 30 dias nós não teremos parecer. A questão não é querer resolver em 30 dias, mas as possibilidades são escassas. Se querem fazer greve, façam. Nós vamos fazer o estudo com greve ou não”, exaltou  Ida Regina, superintendente de educação.


Neste ponto, a coordenadora do Sismuc Soraya Zgoda enfatizou que o posicionamento da Prefeitura é aguardado desde novembro de 2013. “A categoria decidiu pelo prazo de 30 dias. A pressa é da gestão. Nós estamos disponíveis pra vir aqui pra discutir a questão. A categoria está inflamada. Os educadores se cansaram de esperar estudos. A greve está apenas suspensa. Nós não concordamos estender prazo até junho”.


Após a interrupção da reunião, a data de apresentação dos estudos foi puxada para o fim de abril. No entanto, esse cronograma deve ser submetido à assembleia extraordinária.


Assembleia Extraordinária
Dia 19, às 19 horas. Está é a data marcada para assembleia extraordinária de educadores. Neste dia deve ser discutida a aprovação cronograma de trabalho e a manutenção ou não da suspensão da greve. Além disso, se debate estratégias para a redução de carga horária.


A próxima reunião do grupo de trabalho está marcada para o dia 26 de fevereiro.