Prefeitura permite água insalubre no Centro de Especialidades

Água transparente, sem cheiro e sem sabor. Há dois meses, os servidores da saúde do Centro de Especialidades Matriz desconhecem o que é isso. O mesmo problema ocorre na Vigilância Sanitária do Centro. Na falta da qualidade, os servidores estão tendo que comprar água do próprio bolso. Eles fizeram reclamação à Secretaria de Saúde para que adquirisse galões. A resposta, em e-mail, diz que não cabe a essa secretaria cuidar da qualidade da água no equipamento público.

Segundo servidores da saúde, o problema com a qualidade da água ocorre em diversos equipamentos. No Centro de Especialidades, na falta de galões de água, a sugestão da autoridade sanitária era beber água das torneiras, uma vez que ela seria tratada. No entanto, uma servidora constatou a poluição também desta fonte. A água que ela beberia vinda da caixa estava escura e com detritos. A situação está insustentável. “É um descaso conosco. Nós trabalhamos na rede pública e somos expostos a essas condições. Não querem comprar água, que pelo menos limpem a caixa d’água”, desabafou servidora que teve identidade preservada.



Descaso
A Secretaria de Saúde conhece o problema da qualidade da água servida aos servidores. No entanto, ela não se responsabiliza nem pela aquisição dos galões. “A Secretaria de Saúde não realiza aquisição de itens que não são comuns, apenas os insumos”, relata e-mail encaminhado às autoridades sanitárias no dia 27 de novembro. Nesta mesma mensagem, a Secretaria admite que não tenha prazo para solucionar a questão: “A Smad (Secretária de Administração) realizou licitação para aquisição de água, a (sic) poucos dias, porém, não apareceram empresas interessadas na licitação”. 


O Sismuc, por sua vez, cobra que a Prefeitura mantenha a qualidade dos equipamentos públicos. “Quem deveria cuidar da saúde da população não consegue cuidar da saúde dos servidores e especialmente o setor que tem como meta a vigilância da saúde? Será que os fiscais terão que interditar os equipamentos públicos para solucionar o descaso?”, critica Irene Rodrigues, coordenadora do Sismuc.