Os sentidos de uma greve

Como parte das comemorações aos 25 anos de sua fundação, o Sismuc apresentou aos servidores de Curitiba, à militância política e aos leitores nove crônicas escritas por Manoel Ramires, jornalista do sindicato, que cobriu os 74 dias da greve dos Excluídos da Saúde, no final de 2011 e começo de 2012. 
 
O lançamento do livro ocorreu no dia 05 de dezembro, na sede da APP-Sindicato, e contou com a presença de parlamentares, sindicalistas e trabalhadores que viveram aqueles dias de greve. É a segunda publicação da série “Biblioteca Sismuc”, que lançou em outubro de 2013 a coletânea de entrevistas “Vozes da Consciência”. 
 
O livro “Crônicas dos Excluídos” é primeira obra individual de Ramires. A publicação retrata os detalhes de uma paralisação e como ela transforma a vida das pessoas. Dentre os textos, uma das crônicas foi publicada no jornal do Sismuc. As outras oito são inéditas. O autor conta que a ideia do livro surgiu em uma conversa durante uma das muitas madrugadas de concentração no acampamento da greve. 
 
Mesmo assim, “Crônicas dos Excluídos” não é apenas um relato jornalístico dos atos. Ramires ampliou a perspectiva sobre a greve, como no caso da crônica em que cria a visão de um turista que passava em frente ao ato do “enterro das negociações”. “Pego um gancho do real, mas misturo com a ficção. Como se os atos fossem um gancho para estas crônicas”, revela. 
 
Conquista na luta 
 
Ana Paula Cozzolino, diretora do Sismuc, enfatizou na noite de ontem que o livro registra um movimento histórico dos trabalhadores municipais em Curitiba. A greve, de acordo com ela, foi definitiva para a mudança no grupo que comanda a Prefeitura de Curitiba. “Fizemos história e somos referência, derrubamos o prefeito. Seguimos lutando por respeito e valorização”, afirmou, emocionada. 
 
A noite contou ainda com depoimentos do deputado estadual Tadeu Veneri, do PT, e do assessor jurídico do Sismuc Ludimar Rafanhim, que ressaltaram a importância de uma greve desencadeada no dia 05 de dezembro de 2011 e que durou 74 dias, repercutindo sobre toda a militância em Curitiba. 
 
Compromisso 
 
O compromisso assumido com a nova gestão da Prefeitura de Curitiba é de que os trabalhadores serão incorporados na jornada de 30 horas (redução que motivou a greve) a partir de janeiro de 2014, assim como ocorreu com outras categorias da saúde. O sindicato segue cobrando o encaminhamento do Projeto de Lei relativo ao tema.